segunda-feira, 18 de maio de 2009

Meio musicado...




Sabe aquele jeito gingado de andar, aquele balanço na voz, aquele cheiro moreno, tudo isso em câmera lenta? É assim que tu é, parece que tem alguém me zoando lá em cima, ligando o slow motion quando vem você andando em minha direção. É tudo cheio de efeitos especiais, tipo filme mesmo, é tão surreal. Quando tua mão de temperatura perfeita encontra a minha pele sedenta pela tua, surgem arrepios coreografados, regidos por tuas palavras e teu sotaque. Teus dedos saem entrelaçando meus cabelos e percorrendo minha nuca, me dando a certeza de que nenhum lugar do mundo seria mais perfeito do que ao teu lado.

Brisa de fim de tarde sentada de frente pro mar, em um doce dia de primavera, é assim que tu é pra mim, não só assim, mas muito isso. Me pego de bochechas doendo quando te vejo ao vivo, ou em um flash de pensamento. E essas borboletas voando aqui dentro? Você sai me agitando, plantando estações dentro de mim, e é claro que nesse embalo não vou falar das noites frias e mornas de inverno e outono. Hoje quero falar do que me fez pirar, vou falar do jeito que meus olhos viram ao sentir você, ao sentir qualquer pontinha real ou imaginária do teu ser.

Tarde de jazz com um pouco de soul, drink com champanhe, cores claras e adereços de cores fortes, é assim, é mais ou menos, bem menos, que pintam uma cena nossa. O laranja do sol se pondo, tocando tua pele e o vento ousado bagunçando teus cabelos, ai de mim, você vive me tirando o ar. Fico assim bem boba e muito louca ao te ver chegar, vem você e todo seu molejo, tirando tudo do seu devido lugar. Menino, você me entontece, me arrebata como tempestade, mas de tempestades não falarei, já disse. Vou me resumir àquilo que não se resume, esse cheiro amadeirado que tens, e a reação que provocas em cada uma de minhas células.

Te ouvir musicando, passando sorrateiramente os dedos pelas cordas desse violão (Oh, invejado violão!), e a rouquidão na medida certa de tua voz, me fazem crer muito em um céu aqui na terra. Talvez eu tenha mesmo meu próprio céu, com um deus bem humano cheio de suas perfeições imperfeitas, e é só você que com as duas mãos abre esse portão todo dourado de paraíso. Essa calça jeans e regata branca caem tão bem em você, mas o sorriso, ah, o sorriso é definitivamente a prova de que estou em teu céu. E aí, você abaixa a cabeça, levantando os olhos e me olhando timidamente, reparo na cicatriz perfeitamente feita no queixo, e devoto á ti toda a vida que tenho em mim.

É desse jeito meio bossa nova, bem rock'n'roll, ou sei lá, é tudo tão sonoro, de batidas e simetrias, perfeitas. Hum, tem um pouco de Bee Gees, tem U2, Diana Krall, Killers, Franz, ah, e Keane, claro... hummm... tem muito som, tem muito tudo. Sei lá, de novo, tu é aquela sensação gostosa, aquela paz que fecha os olhos, e ao mesmo tempo me vira a cabeça, e me faz gritar de dor. Mas prometi não falar de dor, agora só estou falando do meu amor, do meu amor por você.

Não me canso de admirar tua barba cerrada e teus cabelos negros, teu perfume com cheiro de chocolate escuro ao fundo, teu sinal no rosto parecendo capricho de um anjo danado ao te pintar. Fico aqui escrevendo, pausando as mãos no queixo e fechando os olhos pra te ver. Você me faz ter vontade de ir e não voltar, para um mundo aonde os tons sejam os nossos, sejam a mistura de nossas cores, com pitadas de tinta forte. E eu vou pra qualquer lugar, contigo eu vou.

És meio final de tarde, comecinho gostoso de noite, ou na verdade, és todas as horas do meu dia, és toda e cada respiração para me manter viva. És balanço de rede, ou cabeça deitadinha em travesseiro macio em cama macia. És banho gelado de chuveiro, ou um demorado e quente banho de banheira... És tudo, um tudo daquele bem tudo, és o meu pra sempre tudo, és minha taça de vinho pra sempre bom. És assim pra mim...


[17:31 6/5/2009 - Rafaella Rocha]

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Obrigada?




Não, eu não consigo evitar esse aperto que me dá no peito, quando vejo uma foto tua. Parece que meu coração cria mãos e se aperta todinho, numa intenção masoquista, de se sangrar. Sei lá, mas você me parece tão possível e tão imediatamente impossível, é estranho. É louco, muito louco isso que brota em mim, pareço transbordar de amor. É, eu transbordo de amor... Mas, o que transborda, cai dentro de mim, e em um ciclo insano, quanto mais transbordo amor, mais eu amo.


Andei esvaziando os cômodos do meu coração, sabe? Pra ver se esse peso sufocante passava, ou pelo menos diminuia. Esvaziei todos, menos um, justamente aquele em que resolvi te guardar. Forcei a porta, bati, implorei, mas você gritava lá de dentro e dizia que não sairia dali nunca. Você e todos seus dentes, se encaixando em uma moldura perfeita de sorriso, rindo de olhos fechados, e quando abertos repletos de malícia por me achar muito burra em pensar que poderia te tirar dali. Meu Deus, ele disse NUNCA! Como é que vou viver com você pra sempre dentro de mim?

É repetitivo, eu sei. Se as pessoas já estão cansadas de me ouvir (e ler, claro) falando teu nome e falando de toda essa magia chata que envolve a nossa história, imagina eu. Eu me canso, sério! Canso de sentir esse amor todo, esse amor grátis, esse amor "nada em troca", e o filho da mãe é intenso, e ao que parece, é mesmo infinito. É, estou realmente ferrada, não era bem assim que eu imaginava viver esse sentimento. Sempre li e vi que amor era algo muito bacana e tal, e até é, mas não desse tipo, esse que eu sinto é como doença sem cura.


Obrigada por me fazer insuportável, e por ter uma vontade infeliz de morrer sempre que lembro que você não estará ao meu lado quando eu acordar. Obrigada por me fazer tão cheia de sentimento, que preciso ser ridícula e escrever, escrever muito, para não enlouquecer. Obrigada por ser o objeto de minha adoração, e motivo de meus gritinhos internos ( e confesso, externos na maioria) toda vez que você fala comigo. Obrigada por ser lindo de doer, e perfeito ao ponto de me tornar tão obstinada em te amar.

Obrigada? Hum, pelo visto meu próximo desabafo será escrito direto do manicômio... Adeus resto de minha sanidade, te vejo correndo para bem longe de mim, me abandonando com essa loucura.


[Rafaella Rocha]

domingo, 3 de maio de 2009

Brincadeira...






Tantas vezes brincando nos dissémos: Cuidado pra não se apaixonar! E no fundo tudo o que queríamos mostrar um ao outro, era que nós éramos apaixonantes, mas "inapaixonáveis", e que isso se tornasse verdade pra nós dois. A gente sorria com essa possibilidade absurda de nascer uma paixão, cada um dava aquele tipo de sorriso imponente mostrando que não havia margem pra que isso acontecesse. Vieram os beijos de olhos mais fechados, os toques mais acarinhados, e uma certa vontade de ficar pertinho. Eu não percebi, você também não, ou percebemos mas não quisemos pedir o "stop" da brincadeira. Quando eu te contava da minha vida sem você, sentia que por alguns instantes tudo o que você queria era ficar surdo, ao invés de ter que sorrir pra mim com aquele jeitinho indiferente enquanto eu te falava de outros caras. Mas quando era a sua vez de falar sobre as "inhas", a boba aqui, já xingava a sua "da vez" quase que entregando aquele ciúme que me dava chutes no estômago. E assim, o tempo foi passando, e aquele papo de "não se apaixonar" ainda era o papo da gente. Eu ia pra balada, você saía pra beber, mas no final da noite nossos celulares sempre nos ligavam, e falar deitadinho na cama com o efeito do álcool, era bacana. Eu relutei em admitir, me forcei e me envolvi um pouco mais sério do que de costume com um amigo seu, fiz outra infinidade de besteiras do tipo garota "moderninha", e você não gostou, não gostou e até que enfim, admitiu. Bebeu, chorou, pediu, e eu ainda com aquilo de "não estou apaixonada e não ligo pra ninguém", zombei de ti achando que era apenas um momento um tanto quanto etílico demais.


Depois disso ainda, continuei batendo á sua porta com aquele sorriso de quem só queria uma boa noite na cama, e você fingindo que não ligava, sorria de volta. Assim, foi até nos cansarmos disso! Surgiu a mágoa de quem muito se calou, e você cansado, foi atrás das tantas outras, eu enlouquecidamente tomada por algo que nem sabia que era ciúme e dor de cotovelo, saí atropelando qualquer coisa só pra te atingir. No final das contas, acabava eu ficando ferida, e você ficando curado. Desespero! Era essa a sensação que acompanhava minhas ressacas, e aquela maldita amnésia alcóolica, que me deixava o resto do dia com um monte de interrogações idiotas na cabeça. E o pior era te ver vivendo sem a minha participação "não apaixonável" na tua vida, e lembrar que você parecia "se apaixonando", enquanto eu apenas brincava.


Opa, agora quem tinha acordado era eu, para um sonho do qual você não queria mais participar, era a minha vez de beber, chorar e pedir. E nossa! Como eu pedi! Lutei muito até ter de volta o teu sorriso "nem aí" do lado da minha cara de "tô toda aqui". Fui aguentando cada e toda mulherzinha nova, caladinha. Mas, tudo tem um limite e eu cheguei ao meu, resolvi te conquistar, usei de todas as artimanhas que conhecia e as que eu não conhecia também, até conseguir. Nós viramos um casal, daqueles bem apaixonados, aliás daqueles insuportávelmente apaixonados. Se brincar havia bolsa de apostas, para ver o quão pouco duraríamos, a maldita inveja alheia sempre nos rodeando. E como duas crianças nem aí com nada, brincavámos de descobrir quem tinha se apaixonado primeiro. Eu me arrisco a dizer, que nós já estavámos apaixonados quando resolvemos brincar disso, e nos escondemos durante todo esse tempo atrás dessa casca de "sem compromisso é apenas sexo". Durante meses, éramos eu e você, num mundinho só nosso, minha escova de dente vermelha do lado da sua, meu sabonete de erva doce no seu banheiro, e um travesseiro meu deixado na sua cama, ao lado do casal de sapinhos que te dei. É, a gente se bastava!


Demos certo durante um bom tempo, até que as mágoas da nossa amizade colorida, voltassem a doer e começamos a jogar na cara um do outro o que mais detestávamos. Foi quando tudo desandou, e eu pude ver que enquanto eu brincava de "não me apaixonar", eu AMEI, e perdi o único homem que realmente eu gostaria de me apaixonar, VOCÊ! São três e tantas da madrugada estou na varanda daqui de casa, Edith Piaf e todo esse maldito ar retrô das músicas dela tocando no mp3 (e a sensação de "Ah! Queria estar num café em Paris!", que ela me dá), um copo de Coca Zero (bem que podia ser champanhe, mas estava quente), um cigarro que está se queimando só, e essa saudade louca do sorriso indiferente e diferente que só você tem.


Hoje você já aprendeu, a não se apaixonar por mim, e eu só quero brincar de verdade de fazer você me amar, de verdade também. Pq quando me pego andando pra trás, vejo que é só pra poder cruzar com você novamente, e sentir um pouco daquele passado se fazendo presente, e finjo inutilmente que não ligo pra dor que sempre vem de brinde. Ainda uso o disfarce de "garota aluada" pra poder te ter, quando e quanto você me dá, é o único jeito de sentir você. Mas, nada me faria mais plena do que ser a sua "minha".


Aqui entre nós?! Quando eu deixo você me chamar de "minha", é pra ver se você volta a gostar disso e acredita que fui tua desde o primeiro beijo, mesmo quando a brincadeira era não sermos um do outro. Sei bem que deve ter alguma garotinha que suspira por você, e que teu ego acha isso o máximo. Mas, sei também que quando queres uma mulher pra te fazer sentir o homem que você quer ser, é em mim que pensas. Tem coisas que talvez, não vejas, ou mais uma vez não admitas, mas ainda faço parte de tudo aquilo que queres. Embora, eu me revire toda de ódio, quando apenas te imagino em outras bocas e em outros toques, ainda penso que você pode reaprender a me amar. Seria mais simples, começar do zero e conquistar um outro alguém, um alguém não imune á mim, mas é fazer parte do tudo o que sonhamos que quero, e é só contigo que quero e sei amar.



[Rafaella Rocha]
P.S: Texto antigo de momentos já passados, só pra atualizar.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Não mais sua...


"Aos poucos vou me achando nestes tantos pedaços espalhados no meu chão, vou me colando, me reconstruindo. Gostaria de garantir que não mais me quebrarei, é a vida e é impossível, disso eu sei. Mas, me farei mais forte, serei mais forte, e colarei tão forte todo e cada pedacinho meu, que não serei mais insuportávelmente frágil como sempre.
É fato, levaste minhas cores, só não sabias que eu também gosto do preto e branco, e até curto esse ar retrô, que o black and white oferece. Sobrevivo bem na ausência descolorida, e cada dia com menos dor, viu? E para isso, lembrarei quando necessário, das lágrimas que borraram meu rímel, mas que também me refrescaram, das dores que senti, consequências do que intensamente vivi.
E vivendo assim, um pouco mais forte, assim, serei resultado de mim mesma, sempre reconstruída, nunca destruída... E definitivamente, tá bom (eu admito) por ora, não mais sua".

[Rafaella Rocha]

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Eu me tranco...



Sabe o que é?! Eu... bem, eu me tranco. Como assim?! Bom, eu vivo tampando minha boca, para que dela não saia nada, nadica de nada. Acho que o dia em que eu gritar, deixarei o mundo inteiro absorto e surdo, pois sei que o que trago aqui trancado com essas mil chaves, são meus mais sinceros e maiores sentimentos. Vejo quem consegue se abrir, ser claro como água, e que sara tão rápido que nem parece que um dia esteve ferido, sim, hei de admitir que sinto uma breve inveja. Breve, sim, pq em minha concepção, sentimento de verdade, machuca muito, nos deixa temporariamente insanos, e no final das contas não sinto tanta inveja assim de quem não se entrega de forma inteira pro amor ou pra dor.

Confesso que gostaria muito de ter a coragem que os bravos tem, coragem pra chegar naquela pessoa e dizer tudo o que ela merece ouvir. Chegar e dizer:- Ó, não me acho lá muita coisa, mas eu sou uma pessoa tão bacana. Sem contar que eu te amo de verdade, não te amo como todo mundo ama, pelo contrário, meu amor por ti não é igual a nada, de tão maior que é. Então, se você nos der uma chance, ótimo. Caso não quiser dar, beleza! Vou nessa, e não vou mais olhar para trás, viu? -E sair totalmente poderosa, com a certeza de que disse o que queria e de que farei o que disse que faria.

Mas, não, isso eu não faço, eu me calo. Na verdade não me calo, apenas tranco essas milhões de vozes histéricas aqui dentro de mim, e me assusto com a potência dos meus gritos internos quando o assunto é você. Que destino cruel escolhi para mim, na prateleira haviam algumas propostas bem coloridas e brilhantes, mas olhei pro fundo e vi aquele lá, meio esquecido, meio escuro e atraente. - Eu e esse meu gosto meio doido, por coisas diferentes e misteriosas! - Lamento em voz alta, ou terá sido baixa? Nem sei mais em que volume grito, ou em que silêncio me calo.
Sei que até sou muito falante, até me expresso bem, mas tranco metade do que sinto. E eu não sei por qual razão o faço, não sei se é por vergonha, ou por medo de que todos saiam correndo ao saber que sinto tanta coisa. E quando eu digo todos, me refiro muito á você, sim, tenho medo que me aches muito louca ou no mínimo uma psicopata alucinada por ti. E só pra esclarecer, não, eu não sou nada disso. Sou apenas alguém que te ama, não esconde, mas não mostra tanto. Deveria?! Não sei, meu medo de sentir é quase tão grande com o medo de ser rejeitada. Assim, na minha cabeça rejeitar um amor como esse meu, seria tua maior burrice, seria sim. Mas, correr o risco de você pensar o contrário, me tranca, me pára, me estanca.
Ando sufocada, essas correntes em minha garganta me impedindo de falar, me impedem também de respirar, e hoje acordei sem ar. Queria que você me desse ao menos uma pista, uma dica, qualquer coisa. Enquanto me tranco pra não gritar, penso que você se tranca para se esconder. O que temes? É de mim que tens medo? Seria bom, pra variar ter alguma resposta tua, sabe? Agora além de meus gritos e medos, trancarei esse punhado de interrogações. Se um dia você mudar de ideia, fale, mas fale esse tanto que sei que guardas aí dentro, tuas palavras sem dúvidas destrancarão as minhas.
Enfim, é sempre assim, eu me calando pra não te fazer correr, e você se calando e me fazendo sofrer...
[Rafaella Rocha]
P.S: Odeio quando o blog dana e desorganiza meu texto todo... ¬¬

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Jogos e mais jogos...




Eu não sei você, "Pessoa Que Me Lê", mas eu estou farta desses joguinhos de amor. Fomos todos ensinados e treinados para emitirmos sinais diferentes daqueles que queremos emitir, tudo fundamentado por uma tática de jogo. Aí o que já não é assim tão simples, fica impossivelmente mais complicado, é impraticável, caramba. Se ele diz que eu sou a melhor mulher do mundo, mas me trata como lixo, o que é verdade e o que é tática nisso? Quando ele se exibe todo, sabendo que vou querer morrer por ele ser tão perfeito, ele faz isso sem nenhum objetivo cruel, ou faz pq sabe que vai me deixar ainda mais desvairada?
Me pego tentando interpretar o que ele tava querendo dizer, quando disse todas aquelas palavras. Ué, como assim? E ele falou em algum idioma diferente do meu? Não, ele falou em português claro e óbvio, porém não sei se ele disse o que quis realmente dizer, ou se foi apenas só mais uma tática desse jogo ímprobo e lancinante. É quando minha cabeça já cheia de interrogações, gira mil vezes mais com mais um milhão de interrogações novas, que as palavras dele provocam. Isso acontece com todo mundo, eu sei. Sei bem que a maioria das pessoas, também se pegam tentando adivinhar se existe relação entre o pensado e o dito.
Mas, é fato! É cansativo e massacrante demais. E eu, "Pessoa Que Me Lê", sinceramente, não aguento mais. Eu queria algo que fosse mais simples, não menos brilhante, apenas menos difícil, aliás, antes fosse somente difícil, queria algo menos impossível de viver. Digam-me, é tão irrealizável assim, dizer de verdade o que se quer?! Tá, eu confesso que também sou jogadora, que por milhões de vezes balancei mais lentamente os cabelos e olhei de um jeito penetrante e nada inocente, sim, eu vivo jogando.
Ah, só que cansei disso, não pq enjoei da beleza do jogo, é algo bonito e intenso, duas pessoas usando de artimanhas para conseguir atingir algum objetivo aparentemente em comum. Sim, não é desse lance mágico que rola no jogo, que me refiro quando digo que estou cansada, falo das jogadas sujas. Sabe? E também do fato de ser necessário isso de perdedor e vencedor. Quer dizer que é assim? A pessoa desperdiça tempo, energia, razão, paixão e outras coisas mais, para no fim de tudo, o oponente que no final das contas deveria ser parceiro, se mostrar ínfimo o suficiente pra jogar super sujo e te dar um xeque-mate emocional? Isso lhes parece justo?

Pois, bem... Quanto ao jogo da sedução e conquista, sou culpada, admito que jogo sempre querendo ganhar, óbvio. Mas, eis neste ponto que exprimo meu cansaço e revolta, eu jogo sim, mas não na intenção de destruir o jogador á minha frente. Não não, se o fiz ou o faço, é involuntário por de mais. Sei que já cruzei em algum tabuleiro, campo, quadra... da vida, com pessoas que não queriam destruir o meu jogo, e que já destrui alguém propositalmente, claro. Porém, game over pros joguinhos de maldade, se for pra jogar, que seja, limpo. Sim?
Hummm... Então, ficarei aqui, tentando adivinhar se o que ele me diz, é o que ele sente, ou se é apenas para me distrair e roubar a minha rainha, ou fazer um gol, ou me tomar a Rua Augusta e cobrar aluguéis altos, ou conquistar o meu país, ou descobrir que eu sou o assassino, e etc... Cansada de jogar sujo, sim! Mas ficar fora do jogo?! Jamais...

Ou não, né?! Nunca se sabe...



[Rafaella Rocha]
P.S: Pq Rafaella não pára de escrever porcaria e vai dormir, hein? Pergunta que não quer calar...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ridiculamente apaixonada...


"Olha, eu te amo tanto e você sabe... Sou capaz de tudo se preciso... Só pra ver brilhar a todo instante... No seu rosto esse sorriso..." (Roberto Carlos)



Hoje eu saí, saí para me distrair, sabia que se ficasse em casa, seria tudo ainda mais complicado. Pq hoje? Pq hoje acordei naqueles dias, naqueles dias em que tudo o que mais queria na vida, era você. Sabe quando por mais que você ocupe sua cabeça, tem algo maior do que tudo, ocupando e tomando teus pensamentos? Bom, é assim que eu fico quando acordo te querendo ainda mais do que antes. Nada do que eu fiz hoje, tirou nem por um segundo você aqui de dentro de mim, nada. Já disse aqui, nesse pedaço de papel, que isso sempre passa, eu sei que passa. Só que é doloroso chacoalhar a cabeça na intenção estúpida de te expulsar daqui, como os desenhos animados fazem, digo isso rindo.


Sim, estava contando que tinha saído, né?! Acabei me perdendo mais uma vez, você sempre faz com que eu me perca! Bom, eu estava tentando, inultimente, é bem verdade, tirar você de foco. Lá estava eu, sentada, conversando besteira com as amigas e obviamente falando dessa paixão enlouquecedora que resolvi sentir desde que te vi. Eis, que no meio daquele povo sem graça e barulhento, surge alguém, meu coração acelerou, claro. Coloquei o óculos para poder ver melhor, virei a cabeça de um lado e de outro... Seria você? Por mais que meus olhos se confundissem, meu coração ria dessa atitude palhaça de achar que eu teria dúvidas caso te visse. Obviamente não era você, era alguém muitíssimo parecido, até sorri, pensando que essa seria a solução dos meus problemas, alguém parecido contigo. Embora, fosse praticamente uma cópia sua, meu corpo não tremeu quando vi aquele lindo rapaz sorrindo. Não, definitivamente, ninguém, nem por mais idêntico que fosse, seria pra mim o que você é.

Não desmerecendo o moço, ele era muito bonito, como você é, mas meus instintos nem falaram baixinho, nada, nem uma palavra. Aliás, até falaram, disseram que por mais lindo e parecido contigo, o sorriso e o jeito não seriam os SEUS. E realmente não era, teu sorriso brilha muito mais do que todos os que já vi. Em você, é tudo tão mais bonito e perfeito, mais complicado, sempre, mas muito mais perfeito.

Eu te amo, e você sabe! Você diz que ninguém lembra de ti... Mas, como não lembrar, se eu nem consigo esquecer? Eu penso em ti, sempre... Sempre, sempre, sempre. Falo no teu nome religiosamente no minímo infinitas vezes. E falar de ti, é como me alimentar um pouco de vida, entende? Você é aquela paz que eu gostaria de ter, aliás, você é tudo o que eu mais gostaria de ter, hoje e sempre. E o sempre apareceu, quando teus olhos se apertaram e em teu rosto brotou o mais perfeito sorriso.

Eu faria tudo, absolutamente tudo, pra ver teu sorriso metade das vezes que eu vejo ao fechar os olhos. Sei decorado cada parte do teu rosto, e acho lindo esse teu sinal, que é inclusive quase milimetricamente posicionado igual ao que tenho no rosto. Lembro de você dançando, todo errado, com as mãos dentro dos bolsos da calça, arriscando passinhos country, e olhando com os olhos sorrateiramente baixos. Como eu não me apaixonaria por você?! Impossível não me apaixonar, e mais impossível ainda, te esquecer.

Seguinte... Minha cota diária de suspiros já se esgotaram desde o meio-dia, já estou ultrapassando todos os limites que coloquei para viver lúcida. Então, eu vou voltar para minha cama, que eu baguncei por não conseguir parar de pensar em você, e vou tentar dormir, para pelos menos sonhar contigo. Me abraça e me beija, nem que seja nos meus sonhos, e me faz acordar menos infeliz por não te ter. E ah, excedi novamente minha cota de lamentação. Chega de ser assim tão ridiculamente apaixonada, né?! Bom, pelo menos por hoje... Chega! Te vejo nos meus sonhos, Meu Mais Sincero e Eterno Amor.

[Rafaella Rocha]

P.S: Em que parte da minha vida, eu fiquei assim tão ridícula?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Em uma corda bamba de arame...



Dizem que o primeiro passo para resolver um problema, é reconhecê-lo, pois é, eu reconheço que meu maior problema sou eu mesma. Como assim?! Bom, eu sou a maior responsável por todas as minhas maiores feridas e cicatrizes, no final das contas eu sempre desafio o meu lado racional, mesmo sabendo que a maioria dos jogos já estavam perdidos antes mesmo de começarem. Vivo testando meus limites, me colocando em quartos emocionais escuros, grito alto para me assustar com o eco que se faz, e finjo correr de uma ameaça iminente. Sou eu que provoco meus próprios medos! Sou meu problema, mas sou também, minha solução. Tudo o que quero, está aqui dentro de mim...

É bem verdade que as vezes me sinto perseguida pelos outros, fico chateada quando me olham pelo canto dos olhos inutilmente colocando a mão por cima da boca para que eu não perceba que sou assunto. Mas, hoje vejo que criei isso, eu dei munição para armar esse arsenal. É pq também gosto de ser objeto de polêmica, tenho de admitir isso, só que isso não me define, aliás, ninguém é imutavelmente definível.

Se todos soubessem o que há aqui por dentro, isso o que insisto tanto em esconder, esse tanto de medo e receio de viver e ser, em um mundo totalmente superficial de sentimentos e pensamentos... acho que se soubessem, me entenderiam melhor, me julgariam menos, e seriam mais eles mesmos.

Cansa, sabe? Cansa mesmo, ter que entender o que é certo e errado, pq pra mim o certo e o errado, difere do que é certo e errado para alguns. É quando me pergunto, quem pode dizer que é errado ou certo? Lógico, bom senso é bom, e acho que geral tem, então não é tão absurdo o que se passa na cabeça de algumas pessoas diferentes, como eu. Sim, me sinto diferente, muito diferente. E fico péssima, quando tentam me fazer acreditar que eu sou um diferente ruim. Não, eu não vou aceitar que digam que sou pior, ou que é errado viver minha vida como me dá na telha. Não vou mesmo!

Prefiro mil vezes andar nessa corda bamba de arame, cortando meus pés, do que andar falsamente por um caminho trilhado por uma sociedade estúpida. E sim, eu sempre vou fazer o que me dá vontade, sempre irei pra onde quero ir, sempre. Nem que depois, eu caia de toda essa altura que insisto em subir, e me quebre inteira, ainda assim terei a vantagem de olhar tudo daqui de cima e ver o quão pequenos são, aqueles que tem medo dessa altura chamada VIDA.

[Rafaella Rocha]

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Le Petit Prince - Saint Exupéry.



E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

P.S: Não costumo postar o que eu não escrevo, mas minha mensagem está toda aí, em palavras de outro alguém. ;)



segunda-feira, 30 de março de 2009

E essa história de nós dois... sem fim, pra mim.


Como eu disse antes, eu nunca, nunca desistirei de você, mas é chegada a hora em que me vejo obrigada a parar de viver esse conto de fadas que criei para mim, para nós. Sim, meu amor e devoção, continuarão eternos e ainda morrerei e matarei por momentos felizes ao seu lado, a questão é que isso não será mais prioridade. Não, não posso, e não vou priorizar alguém que mal me vê, eu pensava que você apenas não me via como eu te via, eu estava enganada, você NÃO me via. E tudo isso dói, tudo isso está doendo bastante, mas é necessário.

Vou trancar esse amor tão imenso e infinito que resolvi te dar em algum dos cômodos mais escondidos do meu coração, trancarei esse sentimento, esperando ou não, libertá-lo merecidamente por você, um dia. É como parar de ler um livro bom, ter que esconder esse meu amor e calar minhas ilusões e sonhos, é como se fosse a melhor história de amor do mundo. Eu não sei como serei agora, que não serei mais toda você, é difícil mudar, muito difícil na verdade, mas ser você quando você nunca me será, é insano demais até para alguém como eu.

É fato que ainda “quase-morrerei” ao te ver como sempre... Que vou te procurar ao sentir teu perfume... Que vou continuar sonhando contigo... Que você continuará sendo o meu melhor sonho... Na verdade tudo continuará praticamente igual, com o diferencial de que não vou abandonar a realidade sempre que ouvir o seu nome, agora vou dar oportunidade ás oportunidades. Não quero mais ser perguntada por você com zombaria, afinal todos nessa cidade sabem do meu amor por você, nunca escondi e jamais esconderia esse pedaço de luz que você pelo simples fato de existir, colocou em meu coração.

E aí, quem sabe um dia?! Ou quem sabe em outra vida, eu poderei destrancar esse infinito daqui de dentro de mim, e viver tudo o que há para ser vivido, tudo o que tinha no melhor livro que eu já li, o livro da História de Nós Dois.
[Rafaella Rocha]

sábado, 28 de março de 2009

Minhas Lágrimas, por e para você...





Pela primeira vez, você realmente me provocou um belo nó na garganta, e o fez com consciência do que estava fazendo. Sabes bem que todas as pessoas no mundo suportariam uma atitude indiferente ou cheia de descaso sua, menos eu. Poxa, depois de tudo o que eu fui, sou e sempre serei por você, eu merecia um "tô sem paciência ou sei lá, mas com ela não, ela não posso maltratar". E nem isso! Você me veio com uma simples frase, uma resposta. E isso me doeu mais do que todas as coisas mais terríveis que já ouvi. Não, você não falou nada de cruel, você simplesmente não foi o meu você de sempre.

Tá vendo, Rafaella?! É o que dá idolatrar alguém tanto assim... Tá sentindo agora que o nó na garganta já consegue provocar lágrimas?! E a sua voz já tá ficando embargada, tá vendo?! Já dói falar. Pensativa, me respondo... Pois, é... Eu sabia!

Eu nunca tinha me magoado diretamente contigo, na verdade eu mesma me magoava interpretando cada gesto teu, e dando de cara com meus erros de interpretação. Raramente estive certa com os teus sinais, e hoje entendo que eu só via o que queria ver. Não me culpe por ter sido tão iludida a ponto de ser burra e distorcer suas atitudes, dizem que é um dos sintomas dessa doença chamada amor. E é, essa doença está manifestando todos os seus sintomas, todos de uma vez, todos fortemente me consumindo.

É assim, meu amor por você, me consome, me engole, me arrasta para um mundo mítico e sem janelas. Só você tem a chave, só você poderia me fazer respirar em plenos pulmões, você sempre será o melhor ar, o ar que eu quero respirar.

Sim, eu te amo... te amo mais até do que sei, pois sei classificar todos os meus sentimentos, sei dizer o que significa cada fisgada que meu coração dá, mas é só quando penso em você, que confundo a gritaria que meu corpo e alma insistem em dar. Eu choro, choro de desespero, é difícil não entender e entender tão perfeitamente, esse presente de grego que é meu amor sem limites por você.

Enxugando minhas lágrimas, sarando minha dor, rezando para não mais sofrer tanto assim... Não por você, supostamente você não seria capaz de me machucar, lembra?! Então, supostamente não devo mais sofrer tanto assim por você.

Confusa, muito confusa, minhas palavras parecem não gostar uma das outras e se desentendem, formando uma bagunça cheia de letras sem sentido, apenas cheias de sentimento. É, está tudo confuso, muito confuso.

[Rafaella Rocha]

quinta-feira, 26 de março de 2009

É impossível?! Talvez...



" Há de fato algo de irresistível numa causa perdida... " (Frase do livro Eclipse - Stephen Meyer)
E de repente, tudo o que tanto questionei, fez sentido. Assim do nada, entendi que o que mais me atrai nisso tudo é esse charme irresistível que você, minha causa perdida, emana. Sei que o conceito de impossibilidade é algo relativo, e volúvel, muito indefinido. O que lhe parece impossível, pra mim pode ser além de possível, muito tentador, justamente por ter esse sabor de desafio. Não que essa seja a maior força que me move, não, não mesmo, pq bem sabemos que o que me move pra querer sempre estar perto de ti, é o que minha alma conhece. Sim, minha alma, foi exatamente ela que gritou aos berros quando te vi, por isso fiquei calada e estática, estava mesmo tentando entender o motivo de tantos gritos e palavras descompassadas. Sinto que somos como imãs de campos magnéticos diferentes e variáveis, ás vezes você me repele mesmo eu sempre sendo atraída, e em outras você permite que esse impulso físico complete sua jornada, você permite que eu cumpra essa linha que me atrai á você. E nos juntamos, mesmo sem fazer sentido, mesmo que momentaneamente, mesmo que com prazos.
Ando pensando mais do que o normal, sobre como essa nossa história foi tão mais escrita por mim, em como eu passei noites procurando letrinhas e formando palavras, enquanto você só passava o olho ao final do meu imenso esforço. Será mesmo que existem pessoas que em uma história dupla, escrevem muito mais que a outra?! Pelo menos nessa nossa, eu sou essa que sempre escreve mais, você aparece dando vírgulas e pontos, sempre decidindo o sentido daquilo que escrevo. Isso me irrita, sabe?! Me irrita saber que quando você me permite estar em sua vida, é apenas pra poder controlar como escrevo a história de nós dois, mesmo ambos, sabendo que isso tudo aqui nunca foi nem por um segundo, prioridade pra você. Mas, minha irritação sempre passa, no instante em que pisco, nada de ruim dura em mim por você.
Como posso ainda ser assim tão fascinada por alguém, que por vezes resolve ignorar minha existência?! E quando me acostumo com essa indiferença, você vem e fala mansinho, fala que tomará decisões que mudarão o rumo da tua vida, isso da TUA vida, mas que pra isso precisas saber que terás o meu ombro pra se apoiar. É como se eu também mancasse, mas pra você se apoiar, eu servisse, mesmo que depois isso tudo me fizesse mancar muito mais por ter carregado a nós dois. Você não se importa com as marcas que tuas mãos fortes fazem em mim quando te seguras nessa pessoa tão obstinada por você. Parece que você precisa mesmo de mim, você precisa de alguém que sangre até morrer, só pra poder ficar perto de ti... Você precisa de alguém que com apenas um "oi" teu, queira dar "adeus" pro mundo inteiro ao passo que se curva nos teus pés. Sim, eu já notei, enquanto eu te amo e te adoro, você me tem como mão pra te tirar dos poços em que você cai. E eu não me importo!
Eu realmente posso lidar com isso, acredito até que eu permiti que tudo isso acontecesse, e sou muito mais culpada do que você. Sempre soube dessa barreira que nos impede de sermos um só, embora não saiba do que ela é feita, e nem se é possível destruí-la, sei que ela sempre nos separa. Posso sentir teu perfume só de fechar os olhos, posso lembrar de todos os teus beijos e sorrisos dispensados á mim, posso lembrar de todas as tuas fases, faces e momentos... Posso lembrar de quantas vezes eu te disse "estou aqui, vou te ajudar"... Mal lembro o que vesti ontem, mas lembro bem de tudo o que te envolve, pois em algum segundo daquela noite que nos conhecemos, eu decidi inconscientemente que sempre "estaria aqui, por você". E, sim, sempre estarei, é essa a minha verdade.
Enquanto espero que um dia acordes, e veja quem realmente te cuida, te quer, te respeita, te venera... Fico por aqui, respondendo aos teus chamados ou tentando escutar caso grites por socorro, sempre aqui. E correrei o mais rápido que eu puder, pra te socorrer. Que estúpida masoquista, eu me tornei, né?! Mas, é que pra mim, tudo faz sentido quando faço algo que me deixa perto, ou quando sinto que você me quer por perto, e não me importa se são por segundos. Se não for nessa vida, que seja em alguma de nossas próximas! Desperta para algo que é óbvio, só eu colocaria tua felicidade acima de tudo, só eu faria de tudo para te ver infinitamente feliz, e sim, eu me machucaria se fosse necessário, és mais importante pra mim, do que eu mesma. Eu nunca, nunca desistirei de você, pois vejo através de tudo isso, e sei que talvez nós sejamos os imãs perfeitos, as peças perfeitas, o encaixe perfeito, e sei que faria o impossível não existir. Quem sabe um dia, tudo isso seja possível?! Quem sabe essa parede invisível que há entre nós, não desaparece?! Eu estarei aqui, esperando.
Eu te espero desde sempre, e vou te esperar pra sempre...
[Rafaella Rocha]

sábado, 21 de março de 2009

Reações... ridículas reações...



A primeira coisa que fiz ao abrir os olhos hoje, foi pensar em você, isso sempre acontece quando te vejo passo dias acordando pensando em você, e ah, pensando também em alguma coisa ridícula que fiz. É sempre assim, sempre faço alguma coisa bem boba e (ás vezes, bêbada), mas é que eu simplesmente não me reconheço desde que te conheci. Faz tanto tempo, e ainda sinto que toda vez que te vejo é como na primeira vez que te vi, na verdade sinto todas aquelas sensações novamente. Fico zonza, ruborescida, falo sem parar (e só falo porcaria), meu coração parece querer sair do meu peito e se entregar a você, começo a tremer, e definitivamente acho que existem borboletas dentro de mim. Ontem não foi diferente, agi ridiculamente pra variar, e me sinto bem ridícula hoje.
Contigo não consigo ser charmosa, pelo contrário, não consigo nem falar algo que faça sentido, não consigo me sentir nem bonita, nem inteligente, não me sinto nada suficiente pra você. Me sinto com 12 anos de idade, totalmente boba, e incrívelmente alucinada com esse lance de paixão. Eu não sei como agir com você, eu não sei mesmo. Nada do que sei, se aplica a você, nada.


Você é tudo o que eu sempre quis, ou sei lá, acho que passei a querer tudo que fosse você. Te quero tanto! E em mesma proporção de desejo de te ter, tenho medo de te ter, apesar de saber que isso não vai acontecer. A propósito, sei sim, que é um amor platônico! Ou você acha que eu não sei o que sinto?! Sei e muito, sempre soube, que eu vou te olhar de uma forma, e que você sempre vai me olhar de outra. Eu nunca serei pra você, o que você é pra mim. E quer saber?! Já me senti muito mal por isso, hoje em dia, não me sinto mais. Já te disse mil vezes, que me contento em te ter na minha vida, não importa a forma. Hoje até entendo que você ache isso engraçado, e talvez seja engraçado mesmo, ser assim "tão pra sempre apaixonada por alguém". Você é um sonho bom pra mim, e pra você, eu sempre serei uma sonhadora. E talvez, seja melhor continuar sonhando, não suportaria a ideia de descobrir que você não é nada do que penso. Quero continuar pensando em você quando o assunto for "amor verdadeiro", mesmo que pra isso, seja necessário trancar esse amor dentro de mim pra sempre, sem ao menos ter-lo vivido.


Ai... ai... ai... Hoje estou curtindo o meu "um-dia-depois-de-você", meus pensamentos estão todos muito longe, meu coração parece estar amarrado por quilômetros de arame farpado, meus olhos brilham mais, está tudo mais lento e mais colorido. Mas, passa! Sei que isso passa, e que já já vou me distrair e pensar menos em você. Afinal, você é meu sonho, mas eu ainda tenho uma realidade.



[Rafaella Rocha]

quinta-feira, 19 de março de 2009

Uma pequena, pequena fábula sobre passarinhos... ou sobre o amor... Sei lá...



Havia um passarinho preso em sua gaiola, embora confinado, mantinha o brilho de suas penas, emitia um som lindo, era tão ou mais lindo do que os passarinhos que voavam por aí...

Certo dia, atraiu uma certa passarinha, que após ter se libertado a duras penas, passou a amar acima de tudo, sua liberdade. Ela, muito curiosa, se aproximou deste passarinho, e como que em um passe de mágica, surgiu o tal encanto de um pelo outro. Ela ficou intrigada de ínicio, afinal ele estava e queria continuar preso e ela livre. Como isso poderia dar certo?!

Eis que ao voar por aí, ela (burra), sentiu falta dele e passou a desejar a companhia dele em seus vôos. Ela queria muito mostrar a ele o mundo, e mostrar também o quão maravilhoso é ser livre. Infelizmente, ele não compreendia que podia viver sem ser dentro daquela prisão. Puro costume! O prenderam logo cedo, e para piorar, mesmo depois de olhar pelas grades da gaiola e ver a imensidão lá fora, ele permitiu continuar prisioneiro. Ela não, por isso fugiu...

Mas, o amor é muito do teimoso, muda tudo por dentro e acabamos querendo salvar o mundo, ou apenas ser felizes. É uma pena descobrir que não podemos, pelo menos não quando um só quer.

E o que aconteceu?! Tcham-tcham-tcham...

Não, ele não fugiu pra voar com ela, ela que se prendeu pra viver com ele, apesar de consciente da dificuldade que estava pela frente, ela apostou na força desse amor, e se trancou na gaiola dele. Uma gaiola terrível por dentro, era feita de tudo o que ela mais desprezava: preconceito, supervalorização da opinião alheia, costumes de uma sociedade hipócrita, fofocas, maldade... Enfim, coisas que o rodeiam desde pequeno, ele é que ainda não descobriu que se prender nessa gaiola, é renegar o ar no rosto de se libertar...

Ela persistia em continuar ao lado dele, por amor, por muito amor, mas seus instintos berravam. Pra esse amor dar certo, um dos dois teria que negar sua natureza. Certo?! Ué, pra ele, ela teria que abdicar de tudo, lógico! Ele sempre exigiu tanto dela, e essa era mais uma exigência. Ok, ela se prendeu, viveram juntos por algum tempo, foram felizes por algum tempo também... Mas, ninguém pode negar o que se é. Né verdade?! Logo, dentro da gaiola, eles começaram a se machucar muito. Então, ferida, ela fugiu, durante um tempo não conseguia mais voar como antes, seus machucados incomodavam muito.

Aos poucos ela foi se curando, e ele acostumado com ela dentro de sua gaiola, voava de forma limitada, assim se machucando. Ela continua voando livre, e sempre continuará... Ele continua preso, e também sempre continuará...

E fim...

Simples, né?!





[Rafaella Rocha]


terça-feira, 17 de março de 2009

Dor, fisgadas e amor...


Quer saber?! Eu não ligo, quando me chamam de louca. Eu preciso mesmo sentir cada dor e fisgada de amor. Abraço essa depressão que até forma criou, e ela é grande e me sorri sarcasticamente, como que em desafio. Preciso cutucar essa ferida, tirar a "casquinha" e me ver sangrar. Devo ser doente pra gostar desse clima escuro, do meu rosto sempre molhado, e dessa vontade de morrer e sumir que só você me faz sentir. Quando desligo o telefone, tua voz persiste em ecoar. Mas, aí vejo as imagens daquilo que te tornaste, tuas mentiras e da tua mais nova companhia que jurei não mais classificar. Tinha prometido não mais me jogar na frente do teu carro acelerado, pra não sentir a dor do atropelamento dos meus sentimentos. Mas, é que eu vivo andando distraída pela rua, escutando as músicas que tanto nos marcaram, e lembrando o quanto o tempo passava devagar ao teu lado. É quando te amo de novo, e me esqueço do teu carro que passa em alta velocidade sem frear quando me vê. E caio em plena estrada, quase morrendo pela nonagésima vez.Quase sempre isso passa, consigo lembrar de ti menos de um milhão de vezes, e até te esqueço algumas duas ou três vezes.
Deixaste de ser quem pra mim, eras, mas insisto que sejas, insisto na tua lembrança e em teu jeito de me enrolar, justo a mim que sempre fui esperta. Mesmo que eu sempre te veja dando as costas, indo embora ainda perfumado e com o cabelo impecável, e com ar de quem sabe o que tem pra viver. E eu? Eu fico sempre sangrando, com o rosto todo borrado e molhado, gemendo de dor e tendo pena dessa menina que vejo no espelho. Você sempre leva um pouco da minha vontade de viver no bolso da calça, quando sai daqui, tudo isso pra ter uma certeza egoísta de que alguém não viverá muito sem você.Tem sempre alguém querendo contar algo novo sobre você, e eu tampo os ouvidos, mas dou asas á minha imaginação. E acho que ela é bem mais cruel do que a verdade, pois nela vejo você com outro alguém rindo desse amor bobo, mas infinito que resolvi te dar. E isso dói, dói mais do que qualquer outra dor. E num prazer masoquista, deixo essa maldita dor me corroer, e correr por cada gota do meu sangue.
Eu chego no ouvido da depressão, e dessa vez eu a desafio.Te favoritei, pra poder acompanhar tua vida virtual, e imaginar o que acontece no teu mundo real. Vejo nas fotos todos os teus sorrisos, todos aqueles que já sei de cór. Tem o sorriso "deixa disso, vem cá...", tem aquele também "tu pensa que me conhece, idiota...", dentre tantos tem aquele "eu vou te machucar, e fingir que é sem querer depois, e como sempre, você vai acreditar, Rafaella" e esse eu odeio mais. Mas, continuo a querer qualquer um deles, apenas pra ver os teus dentes fortes e tua boca macia. Ainda quero passar a mão nos teus cabelos, e deixar-los assanhados, no estilo "recebi carinho". Assim, como os teus cabelos correm pelos meus dedos, correm as tuas mentiras e as tuas verdades, fazendo minhas mãos e alma, sangrarem. E mesmo assim, eu te faço carinho, mesmo ardendo e me tirando do meu próprio caminho.Esperança não combina muito com pessoas como eu, o que mais se aproxima dessa palavra ridícula pra mim, é saber que ainda vou encontrar dores que machuquem mais e deixarei para trás as dores que você me traz. Irei em busca de novas fisgadas, e novas formas de chorar até perder o ar, e quem sabe assim um dia, te esquecer.
[Rafaella Rocha]
P.S: Texto já passado, já encontrei novas fisgadas e outras mil formas de chorar até perder o ar.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Quem poderá dizer...




E quem poderá dizer que é pecado sentir-me como me sinto?! Eu sinto, que me sinto muito, sinto-me tão e tanto, que é o que mais sei fazer. É sentir... sentir... e sentir...

Olho para o teto mesmo no escuro, buscando por alguma luz, e por delírio, até vejo algumas coisas. Mas, meu também delirante coração se perde em tantos delírios marcantes... são muitos... Devaneios progressivos, sempre tão cheios de risco...

Eis que surge o desespero, e sopra em meus ouvidos as mais terríveis palavras para me desencorajar... E ás vezes, fico desencorajada mesmo, não posso negar...

Mas, sempre volto, acordo corajosa, mesmo após dormir com tanto medo e tanta vontade de não acordar... É quando olho novamente para o teto, e agradeço por nunca desistir...


[Rafaella Rocha]

quarta-feira, 11 de março de 2009

Coração em chamas... muitas chamas...


Estava tentando dormir, inutilmente, tentando muito dormir. Tinha um certo sono, ou sei lá se era sono, talvez fosse mais vontade de apenas dormir. Quando eu durmo as coisas costumam passar, ou pelo menos sinto menos. Passeei por todos os centímetros da minha cama, e a senti como se estivesse em brasas e nenhum canto era confortável o suficiente para me fazer atingir nem o primeiro estágio do sono. A cabeça á mil, pensamentos á mil, sentimentos á mil, eu á mil. Pensei: "É mais uma longa noite de insônia, já estou acostumada!" Achei que fosse mais uma daquelas noites normais em que eu simplesmente não consigo dormir, o dia vai acordar, e meus olhos continuarão abertos, consumidos pelo cansaço.

Resolvi que tinha que falar... Mas com quem? Falar o quê? Se eu não consigo conversar nem comigo mesma, quem dirá com outra pessoa? Então, peguei meu velho pedaço de papel, é o único que me ouve a qualquer hora. Derramo todo esse turbilhão confuso que há dentro de mim, e não sou julgada insana ou menos normal por isso. Sentada aqui na varanda, percebo que o céu antes escuro, já está ganhando tons alaranjados e avermelhados. Parecem chamas... Sim, é isso... chamas! O céu parece estar em chamas. Eis a minha resposta! Chamas... são chamas isso que sinto consumir-me por dentro. Agora sinto, o foco principal está em meu coração, é ele quem queima o restante do meu corpo, não o contrário.

Não consigo entender pq meu coração vive queimando. Que sensação tão cheia de angústia, de dúvidas, de dor. Não sei pq sou assim! Definitivamente não há nada que seja o suficiente para apagar isso. Mas, apagar o quê? Como é que posso agir, se eu nem sei o que acontece? Talvez quando o sono conseguir me vencer isso passe. Mas, enquanto isso, fico queimando, mais uma vez.

Penso em qual poderia ser o motivo disso, tem sempre tanta coisa dentro de mim, tanta gente perambulando nos meus pensamentos, e descubro mais uma vez... Não, não é alguém em especial, não tem ninguém me fazendo queimar, ninguém, além de mim mesma. Sou eu que me queimo, ando ateando fogo em meu próprio coração. Ainda não sei pq, mas sei que sou eu. Consumida por remorso? Amor? Mágoa? Dor? Tristeza? Talvez seja consumida por tudo isso e mais, não identifico exatamente, afinal está tudo se derretendo e se misturando enquanto o fogo se alimenta de mim.

Sempre achei por presunção (muita), eu acho, que eu era diferente. Diferente, tipo, especial, alguém com chamas dentro de si, insistentemente queimando de intensidade, é diferente da maioria. Não é?! É, acho que sou diferente, mesmo. Não pode ser normal queimar assim! Não é possível, que outras pessoas estejam em chamas por dentro como eu, e não demonstrem agonia em seus rostos. Meus olhos se apertam, e meu rosto ensaia uma careta constante, é nitído, eu queimo, dói, e eu mostro mesmo sem querer.

Acho que sou uma louca incendiária, deixar meu coração tranquilo e em paz, não me lembra em nada a vida interessante que imaginei pra mim, e parece ser por isso que eu toco fogo aqui dentro. Talvez por gostar de ouvir os estalos que as chamas fazem, e o laranja brilhante que elas formam. É, talvez, talvez isso, ou talvez seja apenas mais uma teoria. É bem provável que do jeito que eu gosto de mistério, eu mesma esconda as respostas que tanto procuro.

-Era esse o tipo de vida intensa e interessante que você imaginava, Rafaella?!- Pergunto-me.
-Não sei...- E "não saber" me parece sempre a resposta, acho que eu nunca sei muito de mim.

Vou tentar dormir, ou apenas consentir que minhas próprias chamas, me devorem. É, é o que eu vou fazer, parece ser o que eu sempre faço. Não há como apagar uma chama infinita que eu resolvi inconscientemente alimentar cada vez mais. E assim, continuo me queimando... queimando... queimando... Até quando não houver mais alimento pra esse fogo, ou mais nada para ser queimado, o que me parece ser a mesma coisa, já que eu alimento essa chama com tudo o que há em mim.

Espero que eu consiga controlar isso, afinal preciso dormir e acordar inteira, sem ter queimado tudo, tudo isso, tudo o que há por dentro. O céu já está acordando, e parece que meu coração em chamas, não aceita nada que queime mais do que ele. Me obrigando a ir deitar, antes que o sol tão quente, se levante. E eu vou! Já me basta um "sol" que carrego dentro de mim, dois seria insuportável. Vou, sim, não sem antes dizer que na verdade não quero que nada me apague, nem eu mesma me apagarei. O fogo queima, mas me esquenta e me ilumina. Uma contradição óbvia, afinal é de mim, que estou falando. E contradição? É algo que definitivamente faz parte do que sou. Fogo que queima e devasta tudo, sentimento que alimenta e aumenta tudo, sou mesmo fonte de todo esse inferno quente que trago no peito.

[Rafaella Rocha]

segunda-feira, 9 de março de 2009

Um Vinho, pra mim...



Engraçado que quando eu te encontrei, fui logo tomada por uma certeza... "É ele, é ele, é ele!"E, sim, era VOCÊ! Assim que senti teu perfume (o mesmo do meu), e te vi virando em movimentos lentos (como se tudo fosse apenas mais um filme), fui ficando sem ar em cada milésimo de segundo que levou pra você me abrir o sorriso que eu já sabia, mudaria para sempre a minha vida.
E aí, veio o primeiro som, o mundo voltou a girar, e ouvi a sua voz. Você falava comigo e eu absorta, caçava qualquer palavrinha que fosse, pra tentar não continuar com cara de retardada que eu estava. Não podia ficar calada diante aquele que sempre procurei, né?! Por mais palavras que eu tenha dito, estou certa de que quem falou mesmo, foi o meu olhar. Sentia meus olhos te abraçando, e querendo te guardar aqui, dentro de mim. Era você, poxa! O meu "você", que por tanto tempo esperei. Me perdoe toda aquela situação, mas não é todo dia que você dá de cara com sua alma gêmea.


Porém, descobri que o destino é mesmo muito do palhaço, pois te colocou na minha vida, apenas para me dar o gostinho, já que não posso ter você, não agora. Já traçaste teu caminho ao lado de outra! Não que nossa história esteja finda, nós bem sabemos que nada é finito, só que é tudo tão complicado. Mas, que seja, sendo você, quem é pra mim, te esperarei nessa vida e nas próximas que vierem.

Então, fica combinado assim, tá? Na próxima vida, você é meu, só meu, para toda a eternidade, ok? Sabes mais do que todos, que par melhor não haverá, a gente realmente se completa. Quem mais passaria noites e noites conversando sobre sentimento? Sobre o quê? Sobre S-E-N-T-I-M-E-N-T-O! Essa palavra tão pesada, porém suave, que nós dois entendemos tanto e nada. Não só prometo, como te dou a certeza de que ao meu lado, conhecerás outra palavra, a tal chamada (e esperada) F-E-L-I-C-I-D-A-D-E! Tudo me parece muito fácil, quando o assunto é você, e te fazer feliz. Pra mim é como respirar, faço e faria isso pra viver! Desde o primeiro segundo em que te vi, tudo o que eu mais quis, foi isso, foi te fazer feliz.

Te espero, aqui hoje e sempre, nesse lugar que só nos conhecemos, para tomarmos do Vinho que só nós bebemos, e sentir o perfume... Ah, que só nós dois usamos.

[Rafaella Rocha]


P.S: Esse "você" é um dos únicos, talvez até o único, que pra sempre estará em minha vida. Independente de como! E ao ler isso, ele vai se reconhecer... Muitas pistas!

Mãos entrelaçadas...


Me bateu uma vontade danada de mandar VOCÊ ir se danar. E quando eu digo VOCÊ, me refiro á todos os "vocês" que já passaram em minha vida, e não se esforçaram o suficiente para merecer continuar ao meu lado. Vá se danar, por ter me magoado tanto, por ter sido tão idiota, por ter sido infiel, por ter mentido pra mim, por ter sido grosso e por ter me feito chorar. Mas, principalmente, por ter feito com que eu me apaixonasse sem ter a intenção de me ter pra sempre.
Só que também lhe sou grata, por ter me feito querer correr pra longe de uma pessoa como você, por ter me feito perceber que eu mereço mais muito mais, por ter me feito amadurecer, por ter me ensinado o valor real das palavras confiança e lealdade, por ter me ensinado o quanto dói uma mentira e por ter me feito ver que morrer de chorar não vai me levar a canto algum. Mas, principalmente, por ter feito com que eu não me apaixonasse mais pra sempre por você.
Acordei querendo mais do que simples momentos, acordei querendo alguém totalmente diferente de você, alguém que me abrace com tanta força que me deixe sem ar, mas tudo isso pra me provar o medo imenso que tem de me perder. Quero alguém que não minta pra mim, alguém que faça por merecer meu fechar de olhos e minha confiança absoluta. Quero alguém que me proteja, me conforte, me guie, me cuide e acima de tudo, me ame. Alguém que me pegue pela mão, e apenas me ame. Sim, eu quero um clichê, quero paz...
Sim, é isso que eu quero, hoje, é isso que eu quero. Quero que você se dane, e que eu possa entrelaçar meus dedos em outras mãos, em mãos que mereçam o calor das minhas. Quero um alguém, que simplesmente, não seja você!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Do tamanhinho do nada... e maior que tudo...


É, eu estava me conformando em ficar sem você, sem teus abraços, sem tua voz falando coisinhas pra me conquistar, mas aí, você reaparece. Reaparece com todo teu conhecimento sobre mim, me seduz daqui, me seduz de lá, e me pega de volta pra você. A porta tava fechada, você bateu algumas vezes, ficou sentado do lado de fora esperando que eu abrisse. Fiquei com o coração do tamanhinho do nada e maior que tudo, abri. Vem você e me abraça toda, abraça até meus pensamentos, meus gestos e me deixa mais quente. Tava frio sem você, tranquilo, mas frio. E você esquenta tudo, me convencendo de que por mais doloroso que seja, é do seu lado que eu devo ficar. Do seu lado?! Bom, só quando você me quer, e eu fico á mercê dos seus caprichos. Pq?! Pq eu sou boba, e você me deixa ainda mais, sempre que sorri com dentes fortes, e me pega com braços ainda mais fortes. Você me segura, você me prende, você me toma, e eu fraca que sou, entrego esse coração todo quebrado que você insiste em deixar sempre que se vai.

Nem sempre sou assim, dócil, só que você doma essa mulher sem amarras que criei em mim. E como doma! Viro bichinho de estimação, troféu de prateleira, assim, de bandeja. E não importa como, nem quando, nem aonde, meus melhores beijos sempre serão seus. E você sabe, sabe tanto que me beija como se eu fosse a única, até me sinto, mas o depois. Ah, o depois! Até disso esqueço, quando você alisa meus cabelos, quando sente meu cheiro e gruda em mim, fingindo ter medo de que o mundo se acabe naquele momento. És tão cheio de truques, e me coloca na primeira fileira desse teatro estúpido. Cansei das tuas interpretações, já vi todas as tuas peças, e encenações. Mas, pq danado, ainda te aplaudo de pé?! Pq eu sou tola, muito tola.

A gente se odeia, se desentende, e depois fica tudo bem. Eu pinto esse quadro com muitas mais cores do que você pinta, e daí? E daí, que eu sou a ridícula? Um dia terei a resposta, ou até a gana de não abrir mais nada de porta pra você. Enquanto isso, te deixarei entrar, pq só uma masoquista poderia gostar de um tamanho narcisista. E em um prazer insensato, sorrio mais uma vez e apago temporariamente o ódio que você quase sempre me faz sentir.

Fico pensando em como tudo é diferente, tudo é aventura, tudo é arrebatador, quando tu me agarra e me puxa pro teu mundo. A gente se beija, desejando chuva, e do nada nuvens se formam e as gotas começam a cair entre nossas bocas grudadas. Penso que é bruxaria, só pode! E você deve é ter lançado um baita de um feitiço sobre essa pobre princesa perdida. Tá, eu sei que esse papel de mocinha, não cabe em alguém que apresenta tanta força, em seus cabelos avermelhados, mas essa fantasia cai como uma luva em mim, quando é você quem manda vestir. Ah, é tudo um conto, e eu sempre aumento alguns pontos, pq eu gosto é de coisas fantasiosas. Mais uma vez mando ás favas, a porra da realidade chata, só pra curtir essa coisa doida que nos une. Sabe o que é?! Tu me faz livre, me solta, me liberta. Parece até que eu descobri o mundo, e é tudo tão intenso. Aprendo e aprendo, desaprendo e desaprendo, crio uma utopia. E é tão embriagante, tudo isso. É isso! Você me embriaga, fico de porre, e depois me ferro pra curar a maldita ressaca que só você me dá.

Não sei de nada, absolutamente nada do que se passa em você quando olha pra mim. Mas, dá uma vontade danada de ler cada pensamento. Um mix de vontade e medo, claro. Sei lá se tem coisa boa aí, ou se você me olha como um objeto. Ando permitindo que você me use, mas aviso logo, que essa coisa nociva não será feliz pra sempre pra você. Sei muito bem que o meu "feliz para sempre", não é ao seu lado. Tem nada não, uma hora isso acaba, e vou lembrar com uma certa raivinha de ter sido tão maluca. Enquanto isso, eu me divirto e depois sangro.

Quem sabe um dia a princesinha perdida, dá um tombo no vilão sedutor da história, hein?! Bem sabemos que nessa história, é tudo muito do imprevisível. Não se encha de confiança, pq eu sempre saio dessas enrascadas no momento mais inesperado, e coincidentemente, deixo alguém no chão. Viu?!

Mas, me beija, me beija forte, me abraça forte, me faz pequena, faz tudo diferente de todos, que eu até vou deixar essa minha força de lado, só pra poder ficar contigo. Pelo menos por ora! Por ora, abrirei a porta.

[Rafaella Rocha]

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

É tudo, muito...

Eu?! Eu não gosto de viver coisas sem sal, sem gosto, gosto mesmo é daquilo que é perigoso, e é isso que tem sabor. Não vivo nada pela metade, mesmo que seja por alguns segundos, vivo de forma intensa e completa. Simplesmente me entrego á oportunidade de viver e sentir as sensações que a vida me propõe.

Quando estou feliz, estou extremamente feliz. Da mesma forma que quando estou triste, estou extremamente triste. Oito ou oitocentos! Comigo é assim...Penso muito, é bem verdade, mas vivo muito mais do que penso. Eis a minha maior qualidade e o meu maior defeito!Gosto de tudo o que é intangível de tão repleto de vida, de tudo o que é puro, de tudo o que é imensurável.

Eu vivo assim, desse meu jeito sem limites, sem barreiras, sem medos. Aliás, até tenho os meus medos, mas eles só chegam depois, primeiro vivo, depois sou alcançada por eles. Amo muito, odeio muito, vivo muito, sofro muito, tudo é muito, detesto coisas apoucadas. Sou o extremo, pois é minha única chance de viver tudo o que há, e isso eu não temo.

[Rafaella Rocha]

sábado, 24 de janeiro de 2009

Bebendo vida...


"A tal da vida é mesmo uma droga, né?! Mas, uma droga no sentido viciante e inebriante da palavra. Quando você prova a vida pura, você quer mais, mais e mais. E quando você toma um porre de vida?! Pode até rolar uma ressaca, e ainda assim o prazer é sempre maior. Confesso que estou viciada em viver, não passo um dia sem tomar doses fortes de vida misturadas com intensidade, e admito que geralmente tomo mais de uma vez por dia.Há quem olhe para mim, ache que estou passando dos limites e que eu devo ser encaminhada ao mais próximo "Viciados em Viver Anônimos". Pois, de anônima nada tenho, assumo que bebo a vida em grandes goles."



[Rafaella Rocha]

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Olá, "Pra quem passa"...

Gente... Sou totalmente nova e inexperiente nesse lance de blog, mas encontrei aqui, mais um espaço aonde eu posso escrever todo o meu "blábláblá", sem medo de ser feliz. Bom, esse primeiro "post" é apenas apresentação, e pra ser bem sincera, estou perdida e sem inspiração para escrever. É, ás vezes eu escrevo umas besteirinhas, e algumas pessoas se identificam com esse meu lado meio Maysa, meio Clarice e totalmente Rafaella pretensiosa em se comparar á tais personalidades. Enfim, espero postar algo que preste, em breve.