terça-feira, 17 de março de 2009

Dor, fisgadas e amor...


Quer saber?! Eu não ligo, quando me chamam de louca. Eu preciso mesmo sentir cada dor e fisgada de amor. Abraço essa depressão que até forma criou, e ela é grande e me sorri sarcasticamente, como que em desafio. Preciso cutucar essa ferida, tirar a "casquinha" e me ver sangrar. Devo ser doente pra gostar desse clima escuro, do meu rosto sempre molhado, e dessa vontade de morrer e sumir que só você me faz sentir. Quando desligo o telefone, tua voz persiste em ecoar. Mas, aí vejo as imagens daquilo que te tornaste, tuas mentiras e da tua mais nova companhia que jurei não mais classificar. Tinha prometido não mais me jogar na frente do teu carro acelerado, pra não sentir a dor do atropelamento dos meus sentimentos. Mas, é que eu vivo andando distraída pela rua, escutando as músicas que tanto nos marcaram, e lembrando o quanto o tempo passava devagar ao teu lado. É quando te amo de novo, e me esqueço do teu carro que passa em alta velocidade sem frear quando me vê. E caio em plena estrada, quase morrendo pela nonagésima vez.Quase sempre isso passa, consigo lembrar de ti menos de um milhão de vezes, e até te esqueço algumas duas ou três vezes.
Deixaste de ser quem pra mim, eras, mas insisto que sejas, insisto na tua lembrança e em teu jeito de me enrolar, justo a mim que sempre fui esperta. Mesmo que eu sempre te veja dando as costas, indo embora ainda perfumado e com o cabelo impecável, e com ar de quem sabe o que tem pra viver. E eu? Eu fico sempre sangrando, com o rosto todo borrado e molhado, gemendo de dor e tendo pena dessa menina que vejo no espelho. Você sempre leva um pouco da minha vontade de viver no bolso da calça, quando sai daqui, tudo isso pra ter uma certeza egoísta de que alguém não viverá muito sem você.Tem sempre alguém querendo contar algo novo sobre você, e eu tampo os ouvidos, mas dou asas á minha imaginação. E acho que ela é bem mais cruel do que a verdade, pois nela vejo você com outro alguém rindo desse amor bobo, mas infinito que resolvi te dar. E isso dói, dói mais do que qualquer outra dor. E num prazer masoquista, deixo essa maldita dor me corroer, e correr por cada gota do meu sangue.
Eu chego no ouvido da depressão, e dessa vez eu a desafio.Te favoritei, pra poder acompanhar tua vida virtual, e imaginar o que acontece no teu mundo real. Vejo nas fotos todos os teus sorrisos, todos aqueles que já sei de cór. Tem o sorriso "deixa disso, vem cá...", tem aquele também "tu pensa que me conhece, idiota...", dentre tantos tem aquele "eu vou te machucar, e fingir que é sem querer depois, e como sempre, você vai acreditar, Rafaella" e esse eu odeio mais. Mas, continuo a querer qualquer um deles, apenas pra ver os teus dentes fortes e tua boca macia. Ainda quero passar a mão nos teus cabelos, e deixar-los assanhados, no estilo "recebi carinho". Assim, como os teus cabelos correm pelos meus dedos, correm as tuas mentiras e as tuas verdades, fazendo minhas mãos e alma, sangrarem. E mesmo assim, eu te faço carinho, mesmo ardendo e me tirando do meu próprio caminho.Esperança não combina muito com pessoas como eu, o que mais se aproxima dessa palavra ridícula pra mim, é saber que ainda vou encontrar dores que machuquem mais e deixarei para trás as dores que você me traz. Irei em busca de novas fisgadas, e novas formas de chorar até perder o ar, e quem sabe assim um dia, te esquecer.
[Rafaella Rocha]
P.S: Texto já passado, já encontrei novas fisgadas e outras mil formas de chorar até perder o ar.

Nenhum comentário: