domingo, 21 de novembro de 2010

Foi baixo... Final (?)



Eu sabia, meu coração berrava sempre a mesma coisa, ele esgoelava a seguinte frase toda vez que você aparecia em minha mente ou na minha frente: Ele vai foder sua vida!
Meu sempre burro coração, sabe, ele sempre sabe que vai se dar mal, mas se joga. Abre os bracinhos vermelhos, já cheios de cicatrizes de outros suicídios sentimentais, corre, dá um pulo e se entrega cheio de esperanças de que alguém o trate com carinho e o faça sarar. Ele grita, ele sabe, eu grito, eu sei, mas ele se joga, eu me jogo. É sempre assim!


Peguei ali, a caixa de costura, e mais uma vez começo a remendar esse coração estúpido que resolvi criar, começo a me remendar, a tentar reconstruir esse kamikaze disfarçado de coração. Cada ponto dói, cada vez que a agulha atravessa parte de mim, dói e dói muito. De quem é a culpa? Não é bem no que quero pensar agora, não mudaria o fato de ter dentro do peito, toda a dor que tenho aqui. Você provavelmente está rindo, acredito que nem saiba o tamanho do estrago que fez, mas eu sou assim, eu e meu coração somos assim, sentimos muito. Estranhamente, agi de forma contrária à forma que me sentia, fiquei mais fechada, mas eu te dizia, te falava, e era pra você ter acreditado em mim, era pra você ter me tirado esse medo absurdo que me travou toda. Me joguei, mas fui escorrendo por cima desse sentimento, sem conseguir me agarrar em nada, e você não me segurou.


O engraçado é que você diz que eu não te quis, se você soubesse o absurdo que saiu da sua boca, cataria letra por letra e apagaria tal pensamento. Bom, isso se foi realmente o que você pensou, algo me diz que é aquela velha tentativa masculina de jogar a culpa na idiota que te gosta, já que no final das contas, brincar comigo parecia divertido, e se envolver de verdade, nunca foi tua real intenção. Acho que tocar baixo e arrasar corações alheios, lhe parece um hobbie atraente.


Agora estou desejando que aquela sua brincadeira boba sobre raspar os seus cabelos, fosse verdade, assim não ficaria com tanta saudade de passar a mão no teu cabelo "jon bon joviniano". Quero destreinar meus ouvidos para não mais perceber o som do baixo nas músicas. E confesso que como toda mulher que é assumidamente, ou não, vingativa, comemorei o fato do teu time ter perdido um jogo importante, por saber da tua paixão pelo meu time inimigo, que por tua causa tornou-se motivo de minha torcida pra te ver feliz.

Profecia concretizada! Hoje observei você foder de vez com a minha vida, vou tentar não perceber o som estúpido que a porra do baixo faz pra não pensar em você tocando, e aqui entre nós, vou querer que seu time se foda,  hoje eu não quero te ver feliz.  E é assim, que eu e meu coração não nos ouvimos, e já encontrei um ângulo menos feio pra chorar em frente do espelho, como eu tinha previsto, visto e revisto.






(Rafaella Rocha)

Eu me amaria...


Alguém sempre inventa uma desculpa para não me amar, sempre me culpam pela falta de sentimento por alguém que sente tanto como eu, culpam minha instabilidade, minha independência, minha instrospecção, minhas idiotices, minha impulsividade, minha intensidade, minhas inseguranças e minha cisma com palavras começadas com a letra "i". Sabe, se eu fosse alguém que não eu, eu me amaria! Eu como eu mesma, não me amo muito, pois sou muito instável, e me esforço bastante para me fazer suportável. Eu como eu mesma, não me amo muito não, pois enfrento diariamente os monstros, que minha introspecção geralmente livram alguém de lidar. Eu como eu mesma, não me amo muito, pois gosto e não gosto da minha independência, também tenho meus momentos dependentes, mas sou envergonhada demais para pedir atenção. Eu como eu mesma, não me amo muito, pois sou muito idiota, tão idiota que tento muito fazer alguém feliz. Eu como eu mesma, não me amo muito, pois sou muito impulsiva, e consigo destruir rapidamente qualquer chance de ser feliz. Eu como eu mesma, não me amo muito, pois sou muito intensa, e vivo me amando muito e me odiando muito, sem contar que sinto tudo, sinto muito. Eu como eu mesma, não me amo muito, pois sou muito insegura, muito mesmo, vivo com medo, medo de perder esse alguém que sempre inventa uma desculpa para não me amar. Mas mesmo assim, não me amando muito, se eu fosse alguém, eu me amaria, por todos os motivos para não me amar, eu me amaria, se eu fosse você, Alguém que não me ama.


(Rafaella Rocha)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Foi baixo... (Parte I)



Eu olho pra você e automaticamente penso: Esse cara vai foder minha vida! Vai foder bonito... E já me vejo chorando sentada no chão do banheiro, com o chuveiro fazendo barulho, e no mp3 rolando música pra chorar... Já me vejo saindo do banho, porque minha mãe esmurrou a porta perguntando se eu ainda estou viva, temendo loucamente encontrar a princesinha dela banhada em sangue causado por uma lâmina... Saio enrolada na toalha, ainda chorando, me encaro no espelho, buscando sempre o ângulo menos feio de chorar e achando curioso o fato de que meus olhos ficam meio esverdeados quando choro... Até dou um sorriso interno e aparecem mil outros assuntos, mas eu só quero saber da dor, daquela dor que o cara que eu sabia que ia foder minha vida, causou. Sim, eu já consigo ver isso tudo, só de te olhar.


Beleza, continuamos nos olhando a noite inteira, eu já meio bêbada, tirando foto com direito a biquinho com as amigas, retoco provocantemente o meu batom vermelho, ali no meio da balada mesmo, pra você ver. Te olho, baixo o olhar, assanho o cabelo, e danço de uma forma que não sei de onde, tirei que é sensual. Vou ao fumódromo, por coincidência ou não, você chega por lá, olha mais algumas vezes e é mais correspondido. Sei que mulher fumando é horrível, mas sabe como é, né? Batom vermelho, dose de whisky, fica faltando o cigarro na mão, pra completar a fantasia de mulher fatal que eu nunca fui, e nem fantasiada, consegui ser. Mas, não seria por falta de tentativas, engraçadas, mas tentativas.

Volto pra boate, alguns carinhas chegando, e eu antes de dar o fora neles, olhando diretamente em seus olhos, enviando a mensagem: Tá vendo? Estou mandando mais um embora! Vai ficar só olhando por muito tempo?. Encosto no bar, falo com o garçom que já é conhecido antigo, já que estou por ali toda sexta, peço mais uma dose do "de sempre", e ele já sabe o que trazer. Chega mais um carinha assanhado, que vem falando muito perto do meu rosto, o que me deixa visivelmente puta, e aí chega você, passando entre mim e o louco lá, atrapalhando, e no caso, me salvando. Eu sorrio e agradeço, e você finalmente puxa assunto.

Começamos a conversar, e você me diz que não estou doida, que realmente estava me olhando, e revela que não é a primeira vez que me vê, que já me viu antes, e cita lugar, roupa, e o idiota com quem eu estava acompanhada no dia em que não sei como, não te notei. Meu coração deu um alerta baixo, a música alta e o álcool me fizeram desconsiderar... "Ele vai foder sua vida, tá louca?"
Engatamos um papo bacana, você não tentou me agarrar logo, e tudo fluía lentamente, no tempo perfeito. De repente, alguém chama teu nome no palco, você vira e diz: "Opa, tão me chamando!" Eu, chocada, sem entender nada, te acompanho com os olhos. Você pega o baixo, passa a correia por trás do pescoço, ajeita seu cabelo à la Jon Bon Jovi, moreno, mas ainda assim, à la Jon Bon Jovi, e começa a tocar... Meu coração se rasgou todo no peito, pulou, deu cambalhotas aos berros dizendo: "Tá vendo sua filha da mãe? Ele vai foder sua vida! Sai correndo AGORA..."
Pra variar eu nunca escuto os avisos do meu sempre intuitivo coração, e fiquei lá, te vendo tocar, e me olhar ao mesmo tempo, e cada segundo de olhar, fazia com que uma vontade absurda de algo que eu nem sei o que era, surgir. A música acabou, você passou a correia do baixo tirando-o, e mais uma vez ajeitando o cabelo de um jeito maldito, que certamente iria contribuir no combo "vou foder sua vida", desceu do palco e veio na minha direção, nos beijamos. Te deixei todo manchado de batom vermelho, (não, o batom não era vagabundo), com a intensidade dos nossos beijos que com lábios com ou sem cor, conseguiriam nos deixar manchados mesmo assim... Te afastei, alisei teus cabelos, olhei profundamente nos teus olhos e disse pro meu coração: Porra, por que tu não me avisou que era grave assim? Esse cara vai foder minha vida MESMO!


Profecias se concretizando... Hoje me pego, observando você fodendo a minha vida, fico reparando no som dos baixos nas músicas pra te imaginar tocando, e torcendo pro arqui-inimigo do meu time só pra te ver um pouco mais feliz... E foi assim, que mais uma vez não ouvi meu coração, e vez ou outra choro ensaidamente na frente do espelho, como eu tinha previsto quando te vi... 




(Rafaella Rocha)

And The Oscar goes to...


Eu vivi cismada, absurdamente, cismada com você por anos. Tinha a absoluta certeza de que era você, e ninguém mais, o ator principal de minha vida... Tranquei portas, selei janelas, e nunca mais dei um "oi" sincero para o restante do mundo, não haveriam mais testes para participar de minha vida... Tornei-me escrava de uma obsessão, escrava, não, devota, fui devota dessa obsessão. Sempre estive ali, ao alcance de qualquer chamado teu, e muitas vezes, de chamado algum, eu, delirante, achava que tinha escutado tua voz me chamando, ou um gesto de cabeça sinalizando "Sim, serei a estrela do teu filme". A verdade é que por mais que você um dia, tenha me chamado mesmo, com palavras tuas e tudo, ou tenha gesticulado com cabeça ou me pego pelas mãos, você nunca quis estar na minha vida, se é que isso é querer, foi apenas por um rápido e apressado momento.

Eu sempre soube que um dia, eu me daria conta do quão ridícula fui, só não pensei que ficaria chocada por ter sido extremamente patética por tanto tempo. A culpa foi minha, eu sei! Ah, a maldita culpa... Eu poderia jogar-la toda em cima de tua perfeição imperfeita, e cá entre nós, inexistente, mas não o farei. Ou farei? As amigas dizem que você merece, que você, sim, é culpado dessa odisseia sentimental dos infernos que resolvi travar no universo que construí pra nós dois. Sempre te vi tão inseguro, tão deslocado em teu próprio mundo, que podia sentir no fundo da alma que você precisava ser salvo. Eis a questão, você até poderia estar precisando de socorro, mas nunca o quis, e principalmente, não o que viesse de mim. E aí, que eu desisti, de verdade, desisti de tentar abrir teus olhos, desisti de tentar te mostrar uma verdade que talvez seja só minha, e que louca como sou, é bem possível que não seja nada certa. Desisti de te trazer pro meu filme!

Acho que no fundo, só pra não sair tão por baixo, vou te dedicar um pouco dessa culpa, quando eu subir ao palco para receber meu Oscar de Melhor Roteiro por Uma Alma Gêmea Que Não Te Quer, e dizer que se não fosse pelos teus sorrisos e frases feitas, eu não teria conseguido chegar lá, eu não teria pirado a cabeça e jogado pra longe toda e qualquer possibilidade de ser feliz nos últimos 6 anos. Eu não teria andado por aí com uma lista de qualidades e defeitos seus, só possibilitando a entrada de alguém na minha vida, se ele preenchesse pelo menos cinco itens, transformando-se em um projeto de você. Eu não teria tentado esfregar na tua cara, que existia a possibilidade de me perder pra sempre, e constatar empiricamente que isso não te importava mesmo.

Vou subir nesse palco, com olhos marejados de lágrimas, porém com uma certa beleza e uma certa luz, a beleza de não mais querer a todo custo te chamar a atenção, e a luz de conseguir enxergar de verdade, mais pessoas além de ti, nesse teatro tão cheio. Vou pegar meu Oscar, olhar para cada uma das pessoas que viram a palhaçada dramática que foi esse meu filme, por você, e agradecer de coração pela pena que todos tiveram, (embora eu fique p da vida com isso de pena, mas vamos lá, em vários momentos, eu fui "in"digna disso) e sorrir com toda minha alma.

E direi minha última frase dedicada somente á você:

"Não vou mais te procurar nas semelhanças, na verdade, quero não te achar, nem nas diferenças..."


 
 
 
 
 
O show, TEM que continuar... Porém, com outros atores, outro roteiros...
 
 
 
 
(Rafaella Rocha)

sábado, 21 de agosto de 2010

...




Agora vejo que não gosto daquilo que já disse á você, achava que eu era importante, que significava pouco é bem verdade, mas pelo menos achava que significava algo, e fica a cada minuto mais claro que eu estava errada. Não gosto desse outro você, e talvez você sempre tenha sido esse cara indiferente, eu é que sanava tua indiferença, me contentando com qualquer coisa dita ou feita por você. A culpa não é sua, você é quem é, eu me enganei, e por isso me condenei a amar um você que não existe, ou que pelo menos nunca existirá para mim. Eu não gosto do que tenho a lhe dizer, mas eu preciso, a dor e a mágoa me obrigam a dizer...



Que...



Você nunca me disse nada, mas me deixava pensar, dava sinais, eu os entendia do jeito que queria, e você sabia disso. Era insconsciente (era?) de sua parte, mas sabia que me tinha acorrentada á você. Sabe, investi muito nos sonhos em que eu tinha você de algum jeito, eu acreditei, eu quis acreditar que tinha algum valor para você. Cheguei a pensar que era tua fuga, ou um porto seguro meio louco, mas seguro. O que eu nem podia desconfiar, é que na verdade, eu sou nada em todos os teus mundos, nem naquele que mesmo sem existir, eu achava que fazia parte e me satisfazia com isso.



Estive ali, aqui, lá, sempre, sempre estive ao teu alcance, pensando que tua realidade te impedia de me pegar pra você, mas a verdade é que você nunca nem me quis, e por isso é que nunca me alcançou. É difícil, mas eu tenho que aceitar que você tem pena de mim, que teu ego acha legal nutrir meus sonhos, e que ter alguém que te ama pra sempre, é de certa forma, um elogio constante e infinito. Eu não sei mais de nada, sabia? Acreditar por tanto tempo em algo que é mentira, me deixou cega, e quando finalmente vi, mal consegui distinguir o que é real.



Você foi por tanto tempo a minha pessoa favorita no mundo inteiro, por tanto, tanto tempo, que é até surreal não te ver no altar que construí com cada pedrinha de amor insano, mas puro e forte. Tá vazio, teu lugar tá vazio, você não está lá, onde sempre esteve, e onde sempre estaria para sempre. Você não tem noção do quanto é difícil, e as vezes, impossível, te ver descendo os degraus da minha vida. O pior é que você desce destruindo com cada passo, isso, pra me fazer enxergar de uma vez por todas, que você nunca quis estar em nenhum lugar em mim. Cada pisada indiferentemente furiosa sua, me faz desejar voltar ao dia em que te vi, o mesmo maldito dia em que me apaixonei, e fechar os olhos no exato momento em que cruzaste minha vida.



Eu te fiz divindade, te fiz um certo tipo de deus, e nunca daria certo, uma humana e um "deus". Não daria certo, pq você é bem humano, e como muitos humanos, consegue me machucar desumanamente, e isso me arremessa violentamente na parede da verdade. A minha pessoa preferida, nunca nem leu meus planos de felicidade eterna, e eu mal existi, nunca nem apareci em sonhos ou pensamentos. Bem sabemos que fiz de tudo para chamar a atenção, até me comportei mal pra tentar te atingir, e nada, (pausa), nada mesmo. Eu não sei lidar com esse teu silêncio, essa tua indiferença, esse teu jeito de olhar para mim, mas nem me ver. Sou muito intensa, falo muito, sinto muito, e agora posso dizer, que também lamento muito, eu lamento muito por você não me amar, lamento por você nem sequer gostar um pouquinho de mim.



Fico assustada com tuas reticências, pq eu não sei devolver desse jeito indefinido, desse jeito ausente. Eu fico fraca, fico burra, e um medo absurdo toma conta de cada parte de mim que ainda te ama, o que me toma inteira, ainda. Teu som sumiu, tuas palavras parecem nunca terem existido, levaram junto o carinho que achava que tinhas por mim, tua natureza minha, tua pessoa minha, o você que era um pouco eu e um pouco meu, foram embora. E minha alma grita de dor, meu corpo se contorce pq dói, essa dor excruciante de amar você que nunca vai me amar, pq provavelmente você nunca nem existiu, nunca nem me viu, nunca quis me ver, nem me ter.


Eu só queria que você saísse um pouquinho, um pouquinho só, dos meus pensamentos, dos meus sonhos e da minha alma, só isso, só isso... Eu agora aceito e preciso, que você vá embora, que você não mais me exista...




[Rafaella Rocha]

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Todo toque teu...



Que teu toque era alimento, antes de sentir, já me satisfazia. Que era alento, antes de precisar, já o sentia me amparar. Que era melodioso, teus movimentos já o musicavam. O que eu não sabia, não sentia, não ouvia, até poder saber, sentir, ouvir, era o calor da tua pele, e o toque suave de cada célula tua. E me veio na cabeça, e além, veio na alma: "Céus? Deixaste algum anjo, ou algo maior, fugir? Pois o que sinto, deste mundo não é!".

Foi quando pude sentir meu corpo ficando marcado com tuas digitais, e como quem tem fome e tem sede, tive necessidade de sentir cada um dos teus dedos passeando por mim. Tuas mãos em meus cabelos, não ousarei chamar-las de doces, as chamarei de únicas, pois só você, somente você teria um toque tão desejado. Agora até febre sinto, e acho até que esses tremores são a forma que meu corpo encontrou para gritar por teu nome.

Teu beijo é como a única passagem para além do universo, transporte para um lugar que nem mesmo Deus esteve, um lugar que não existia nem nos maiores dos devaneios divinos. Um beijo teu, uma mão tua em minha nuca fazendo a pressão exata, tem o poder de criar um mundo novo, e é quando te vejo como algum tipo de deus, como algo maior do que se entende, ou do que se sabe, e mais, do que se sente. E tudo se transforma em sentimento, mesmo que por um momento, mas por qualquer movimento teu.

Teu perfume, ah, teu perfume. Certa de que não há no mundo, alguém que tenha este aroma, este sabor, este gosto, enlouqueço querendo absorver cada partícula tua. Teu hálito tem o sabor completo, como se um anjo soprasse entre teus lábios, e juro que vi e senti, pedacinhos de estrelas tocando minha boca e minha pele. E até isso em ti, deixa a palavra "perfeição" envergonhada, que sabendo que nem mesmo ela é suficiente perto de ti, se esconde e sai correndo assustada com tamanha ameaça. Confesso que já duvidei de tua existência! E já me perguntei... "O que alguém como você, que a ninguém se compara, faz passeando por essa terra que não merece receber o peso de uma pisada tua?"

Teu sorriso veio, acompanhado de um longo beijo nos lábios, e me roubou todas as respostas, perguntas, e até pensamentos... E te senti, como presença, como sentimento, como toque, como vida... E descobri, que és tudo isso junto, para mim, és assim.


[Rafaella Rocha]

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Exposta...



Quando te falei minhas verdades, perdi minha blindagem, senti minha máscara de inquebrável, cair e quebrar pedacinho por pedacinho no chão. Aliás, perdi além, perdi algo como pele, perdi minha proteção e agora você pode olhar pro meu peito e ver meu coração batendo todo acelerado por te ver, pode ver meu corpo sangrando e minhas mais profundas cicatrizes. E admito, não fico lá muito contente por não ter mais um segredo sequer, o que me faz até perder aquele charme que nem tenho. Agora estou sem a máscara de garota misteriosa, boba, porém antes, não totalmente desvendada.


Agora, quando você me olhar nos olhos, não haverá barreira alguma, e você poderá penetrar nos cantos mais escondidos de minha alma, e remexer por todo e cada pensamento e sentimento meu por você. Confesso que não era assim que eu imaginava uma viagem sua por minha alma, não mesmo. Saber que me exploras apenas por estar ali exposta, não é a melhor das sensações, sempre esperei que fosse para tentar descobrir aquilo que você não sabia ou não tinha certeza, mas queria saber, queria ter.

Aprendi que pessoas com certeza absoluta de algo, podem errar mais do que aquelas que não possuem certeza alguma, e eu me protegi do teu conhecimento perfeito acerca de minha totalidade. Então você descobriu que minha alma se acorrentou a você, não de forma doentia, mas de forma amada, de forma devotada. Eu até subsisto sem você por perto, mas existir mesmo, existir de verdade e completamente, só ao teu lado. E dizer isso, não mais me incomoda, afinal, não te escondi mais nada, nem um provocante segredo mais. Mas isso, você sabe só de me olhar! E agora, o que tenho pra dizer?


Estou presa sem mesmo receber um toque teu, e confusa, ainda mais confusa, bem, na verdade, envergonhada. Sim, envergonhada! Como pude permitir que o que tanto lutei para esconder, tá, admito que esconder não escondi, mas o que tanto guardei, rolasse assim aos teus ouvidos sem palavras que fizessem meia justiça á grandiosidade daquilo que sinto? Agora corro o risco de parecer mais maluca do que sou, corro até o pior risco de todos, que é o de você me olhar e ter pena de mim por sentir tanto, por sentir tudo isso por você.

Sei que não há o que esperar de ti, mas de sonhar nunca abrirei mão, então pode me deixar sonhando e te desejando. Disso você não pode me privar, e você não o fará, pois no fundo, não passas de um enorme sonhador que se deixou prender á realidade. Talvez justamente o fato de sonhar, nos coloque em um mesmo plano um dia, e você pare de me olhar como a pobre garota apaixonada. Ou não, ou que nunca estejamos em um mesmo plano, nem plenos, nem juntos, nem isso mudará aquilo que se gravou sozinho e fortemente em mim.

O que eu sinto, não se mede, muito menos se classifica, parece, mas não é clichê, não é como todo mundo diz que sente, posso garantir que é bem diferente. Então não me olhe como se soubesse o que espero, e não tenha pena, pq só um coração muito muito muito grande e encantadoramente louco, poderia sentir algo assim. E no final das contas, é um sentimento desses, que todos buscam.




[Rafaella Rocha]

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O que eu lhe dei...



E o que eu lhe dei, era justamente aquilo que tanto guardei, que lhe pertencia, é bem verdade, mas que não assim poderia ser entregue. Te entreguei algo tão importante, tão meu, tão íntimo, como quem entrega nada, ou pior, banalizei com palavras embriagadas, aquilo que eu deveria ter dito em um ritmo perfeito. Sim, o fiz, o fiz pq burramente acreditei que para chamar tua atenção, eu tinha que pintar com cores chamativas, aquilo que não tem cor definida por nunca ter existido antes.

Prometi noites sem sentimento, prometi momentos sem importância, mas ambos sabemos, sempre haverá sentimento e sempre será importante, pra mim, pra mim, terá. Que não haja para você, eu suporto, entendo, e absurdamente aceito. Aceito, pq sou eu quem te quero, e se você me quiser um pouquinho, eu te quero. Sei que é tentativa arriscada, pra não dar de cara com a verdade e aceitar que na verdade, é um tanto emocionalmente suicida, mas ainda assim, eu te quero. A verdade é, eu sempre te quis, e sempre vou querer, não importa o quanto, muito menos quando, nem aonde.

Bom, se eu idealizei o momento? Sim, tenho uma leve noção de como pelo menos espero que as coisas estejam quando isso for, quando isso acontecer. Leve noção? A quem quero enganar? Tenho ideias, planos, mas calei minhas expectativas... Hoje percebo que simplesmente preciso te entregar o que guardei só pra você. E por favor, não faça pouco caso, não peço que dê o valor que eu darei, mas espero um pouquinho, bem pouquinho, e esse pouquinho me será suficiente.

Hoje vejo que o que sinto, é muito mais sobre dar do que receber, e que seja... É o meu coração que quase sempre para, quando te vê, sou eu quem perco o ar ao te ouvir, e sou eu quem definitivamente necessita do teu toque. Pois, que seja, assim seja. Aceite o que tenho para lhe entregar, aceite nem que seja por um segundo, todo o mundo que tenho aqui dentro de mim, dentro de mim, para você...

Se eu me sinto ridícula e patética por ter dito tudo o que disse? Sim, me sinto! Mas e daí? Me arrependo de como disse, mas não daquilo dito... Um dia ainda te digo exatamente como se deve dizer, tudo isso que guardei...

...

[Rafaella Rocha]

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Mãos frias...


É insuportável, é muito grande, é sem tamanho... Me pergunto se alguém já se sentiu assim, assim como eu me sinto por você! Gostaria de saber se há outra infeliz que tenha merecido destino tão cruel, como eu. Não que eu ache que nada que tenha feito, nessa e em outra vida, me façam merecedora desse amor por você. O quão burra alguém é, a ponto de gostar tanto de alguém que nada sente? Eu não sei, ninguém sabe, nem saberá, mas continuarei procurando uma resposta, uma solução... Quem sabe até uma CURA?

Cansei os ouvidos de Deus, a Quem mal me sinto por tanto te implorar, ou de tanto rogar para não mais te sentir tão preso em meu ser. Um dia Ele me atenderá! Sim, é a fé que não me deixa desesperar. Se bem que vivo desesperada, digamos apenas que ela não me permite enlouquecer pra sempre. Sabe quando você sabe que uma linha tênue te separa da insanidade eterna? Me sinto assim, o tempo inteiro. Sei que ninguém em sã consciência, estenderia receptivamente os braços para um amor assim como esse. Mas e quem é que quer um amor comum? Quem seria tão são a ponto de negar um amor assim tão louco, porém tão infinito?

Fiquei na tua frente, e não me lembro o que disse, minhas palavras saíam em uma frequência que meus ouvidos não entendiam. Foi quando entendi que quem te falava, era o meu coração, ele ali, se esforçando para contar como é difícil viver sem você, como ele te quis e te amou desde que te viu, desde que te sentiu. Meu rosto queimava lentamente, o que me deixou ainda mais nervosa! Quem é que quer parecer uma adolescente corando, gaguejando e tremendo, por puro nervosismo? Eu, certamente não queria, mas foi exatamente o que me aconteceu quando olhei para teus olhos, quando senti teus braços me puxando para um abraço, e finalmente quando me soltaste pude sentir a ausência de chão. É, você sempre tira meu chão, e para meu mundo! Bancando a boba, ali, bem na tua frente, mas feliz de estar perto. Sabe? Por menos que seja, pra mim tudo é tanto, tudo é muito.

Ao nos despedirmos, tocaste em minhas mãos, e rapidamente me olhaste assustado, por tê-las sentido frias e gélidas. Pude sentir você raciocinando e percebendo que ainda exerces tudo isso sobre mim, ficaram nítidas as coisas se encaixando em tua mente, e minha vontade de sumir aumentando a cada percepção tua. Nada meu, funciona em você! Eu não consigo nem ser charmosa, quem dirá sedutora? Sou uma folha em branco, ou alguém que acabou de nascer, sem conhecimento algum, sem sabedoria alguma, sem atitude, rendida e presa ao sentimento. Não pude disfarçar o rosto ficando vermelho, não consegui dizer uma palavra sem gaguejar, não pude parar quieta, não pude ser, não pude nem existir. Tua existência, sempre dominará a minha, sempre! E eu me rendo... me rendo...




[Rafaella Rocha]

quarta-feira, 3 de março de 2010

Fugindo...







Sabe, não te acho assim tão mais digno de minhas palavras, e a situação piora, não te acho tão mais digno dos meus sentimentos. Sei lá, de tanto você brincar comigo, virei brinquedo, mas um brinquedo que você, Criança, não mais brincará. Pode ser que você fale alguma besteira bonitinha que me faça mudar de ideia, pode ser que daqui a pouco esse enorme abuso se torne pequeno e eu até volte a te idolatrar. Mas vou aproveitar esse instante, esse instante em que talvez eu não te queira mais, esse instante em que você não é mais meu príncipe tão encantado assim, esse instante aonde você é um idiota que insiste em me deixar presa ao teu ego tão egoísta.


Quero te dizer umas verdades! Na verdade, espero que você nem as leia, nem sonhe sobre elas, as verdades são pra mim, pois eu as valorizo, você, não. Garoto, não sei se é hoje, não sei quando será, nem sei se realmente acontecerá, pela minha sanidade, torço pra que sim, mas um dia vou te esquecer. Bom, não sou tão ambiciosa assim, desejo apenas não me lembrar tanto de ti, desejo não te desejar tanto. E se isso um dia acontecer, aaaaah, se isso um dia acontecer, posso apostar que você vai desejar por tudo, poder voltar no tempo e me tomar nos braços todas as vezes em que me estendi pra você. Ah, vai...


Ih... Acho que você já está voltando pra dentro de mim, teu sorriso já está me reconquistando como sempre... Então vou fugir, correr pro mais longe possível, pq pelo menos só por hoje, não te quero aqui dentro de mim, nem muito menos por perto... Antes que eu caia, antes que eu recaia, antes que eu me jogue, antes que você me puxe, antes que você me roube, eu vou, eu vou pra longe... Não sem antes dizer: Idiota... Acorda! Talvez seja hoje o dia em que eu não mais volte... Acorda!


Rafaella Rocha

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Abraço dos teus braços...


Nesse exato momento, eu queria um abraço teu, não queria beijo, nem promessa de amor eterno... Queria um ABRAÇO! Sim, um abraço, mas não qualquer abraço, queria o abraço que só os teus braços sabem dar. E assim sentir suas mãos segurando minhas costas, sentir tua respiração em meu pescoço, e o teu coração batendo um papo sincero com o meu.
As imagens somem, os sons também, o mundo para de girar e sei que de alguma forma se inicia o caos em alguma parte do universo. Mas no meu mundo? Bom, no meu mundo é uma mistura de alvorecer e anoitecer, e não sei como, vejo o sol e a lua. Você, hein?! Sempre brincando com meus contrastes, e criando outros tantos.
Queria um abraço dos teus braços! Nesse exato momento, só isso... Mas nos próximos momentos, já não sei nem o que querer, sempre enfeitiçada pelo teu perfume e hipnotizada com o tom perfeito da tua voz, deixo de saber o que quero, e apenas espero o que você tem pra me dar. Me rendo, sempre! Mesmo sabendo que só estou equilibrada quando estou em teus braços, e que vivo cambaleando quando me soltas, ainda assim prefiro o único equilíbrio desequilibrado que me ofereces, o único que realmente me interessa.
Rafaella Rocha

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sim, ainda...



Não falar teu nome, não faria com que você deixasse de existir, pelo contrário, te manteria ainda mais entranhado em meu ser. Pensar em você, lembrar você, sentir você... Isso tudo te aprisiona, te acorrenta, te prende, te tatua, mas eu quero, eu sempre vou querer você aqui em mim, aqui comigo.

De tantos que vieram, de tantos que foram, de tantos que ainda virão, certeza que és tu, aquele que para sempre estará, viverá e ficará alisando minha alma, e passeando em meus sonhos. Só você vai ter e fazer de mim, o que quiser, pois és hoje, ontem e amanhã, tudo pelo qual implorei e roguei desde o minuto que te vi.

Eu te quero tanto, tanto, tanto, que nem ouso expressar, ou até tento, como se pode ler ou ver, mas não te consigo, não te expresso. Aliás, eu te expresso, sempre, mas aqui bem dentro do meu íntimo, justamente de onde ninguém pode te tirar, nem eu mesma.
Você me pergunta: Ainda?! Pois, é... Ainda! Sempre... E infinito! E a resposta nunca mudará...
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Rafaella Louca Rocha...
-
P.S: Milênios que não escrevo, aí venho aqui e escrevo essa porcaria?! Me perdoem, perdi o que eu achava que tinha, a inspiração...