quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Um sonho livre...


Hoje eu sonhei contigo, tá bom, isso não é novidade, eu vivo sonhando com você. Mas dessa vez foi diferente, a gente se beijava, se amava, se curtia, se era, se fazia, se completava... Só que de repente o holofote que resolvi que ia te iluminar como astro de uma peça pra sempre em cartaz, se apagou. Do nada! E aí, eu enxergava tudo aquilo que você não era, tudo aquilo que você nunca foi, teu toque me repelia, tua voz me dava vontade de ajoelhar e pedir a Deus para ficar surda, e te olhar me fazia querer aproveitar que eu já estava ajoelhada e pedir pra ficar cega também.

Eu não te amava mais... E você me amava muito! Eu era você e você era eu, agora. E como foi ridículo aquilo de implorar pelo meu amor, vou me lembrar de nunca mais fazer isso pelo amor de ninguém. Amor implorado é um amor impuro demais para ser recebido ou aceito, e esse tipo de amor nunca me completaria. Eu nunca conseguiria ser quem eu quero ser, com um amor assim, dando ou recebendo um amor assim.

A sensação de não te amar mais era forte, parecia que o meu próprio Muro de Berlim tivesse sido destruído e eu estava inteira novamente, eu era eu de novo, era eu completa, não era mais um eu que que era você também. Foi libertador! Era como uma sensação pós-banho que duraria para sempre, entende? Uma vontade de sorrir e dizer um sonoro "bom dia" para todas as pessoas que cruzassem o meu caminho, e mais, eu tinha vontade de abraçar toda e cada pessoa, só para que todas elas pudessem sentir meu coração bater livre, bater menos angustiado, bater feliz, bater sem você. Queria que todo mundo sentisse cada batidinha linda que esse coraçãozinho burro, que do nada se tornara inteligente estava dando. Que som lindo!

Não te amar mais era como me amar mais, na verdade, não te amar, era como me amar, pois aparentemente eu te amava tanto, que não sobrava amor para mais nada nem para mais ninguém. Eu podia amar de novo! Eu podia amar qualquer coisa... Eu lembro que amei até a areia nos meus pés, eu que sou uma mulher de salto, estava feliz e saltitante pela areia, quase dava para ouvir Age of Aquarius, e eu parecia uma hippie louca e insuportavelmente feliz. Eu ri disso!

Eu olhei para trás, e via você tentando me alcançar desesperadamente, você correndo em slow motion. E eu pensei: "Como pode alguém correr em slow motion, gente?!", e continuei andando curtindo a minha liberdade de você, nem teus cabelos ao vento me impediam, nem quando você parava e colocava as mãos no joelho porque estava cansado e implorava para que eu parasse de fugir de você, nem quando você me jurava o amor eterno que eu sempre esperei, nem nada. Eu olhei de novo e você estava mais próximo e eu conseguia te ouvir um pouco mais alto, você dizia umas coisas sem sentido, e eu curiosa, parei para tentar entender.

E foi aí que você me alcançou de novo, você sorriu e disse:
 - Acorda, Boba! É só um sonho... Você ainda vai me amar infinitamente quando acordar, você ainda vai querer morrer por não me ter, você ainda vai se desmanchar inteira quando eu te olhar e você ainda vai sonhar em estar nos meus braços! - e você deu uma gargalhada alta e gutural, quase maléfica e cheia de você.
Eu caí ajoelhada e implorei: - Me deixa sonhar, por favor! Me deixa não te amar, me deixa livre, me deixa feliz sem você... Deixa, por favor! -
Você pegou minha mão direita, deu um beijo nela e disse:
- Não posso, Sweet! Teu amor infinito não foi escolha minha, foi escolha sua... Vem, acorda! Volta para teu inferno particular... Eu! -

Acordei como uma prisioneira de volta à sua cela... Você!

(Rafaella Rocha)

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É difícil...


Há dias em que é mais difícil sobreviver em um mesmo mundo que o seu, é doloroso demais ver nossos destinos se distanciando cada vez mais, e ainda mais massacrante, saber que nossos caminhos talvez não se cruzem, ou que na verdade eles nunca se cruzaram, eu que passei muito tempo andando paralalelamente aos teus passos.

Eu tento, sabia? Tento de verdade aceitar essa terrível realidade que é não te ter, que é nunca ter tido você de verdade, isso faz com que eu questione a minha própria fé, faz com que eu questione a insistência de te amar tanto assim, mesmo sem nenhum um pouco do seu amor para mim. Vamos ser sinceros, você nunca gostou de mim, e eu nunca fui a garota mais especial que você conheceu, eram apenas palavras. Mas se eram apenas palavras, por que teimo tanto em não aceitar que nada disso era de verdade? Por que insisto nesse amor absoluto e unilateral? Por que não consigo não fechar os olhos uma única vez e não pensar em você?

É difícil demais, Meu Amor! Vejo tudo isso se aproximando do abismo da impossibilidade, vejo meu amor querendo se jogar lá de cima, na esperança de parar de te amar, sei lá, parar de sentir. Você tem coisas que são tão tuas, um mundo inteiro de possibilidades que me fazem gritar de ciúmes, e um jeitinho enlouquecedor demais que faz minha sanidade correr pro lugar mais longe do mundo. Eu posso tentar aceitar, sim, que não há nada mais aqui, nesse espaço entre eu e você, aliás, eu posso fingir aceitar, porque no fundo, bem lá no fundo, onde só você chegou, eu sempre esperarei por você. E é isso, bem, é isso que eu já aceitei, algo me diz que é justamente isso que nunca irá mudar, eu nunca deixarei de te amar, e talvez nunca ame alguém como eu te amei. Quem eu quero enganar? Eu nunca amarei ninguém assim...

Passo de cabeça baixa pelo altar em que te coloquei, passo um tanto quanto envergonhada, pois sei que você nunca quis que eu te colocasse em um lugar que alguém tão falho jamais poderia estar, eu sei que você quer que eu esqueça a ideia de que a perfeição te tocou. Mas é inevitável, Baby! Sempre foi tudo muito inevitável sobre você, eu simplesmente esqueço que para andar é preciso colocar um pé na frente do outro, e que eu preciso respirar para sobreviver, você cega meus instintos e meu corpo e mente não falam o mesmo idioma.

Hoje é um daqueles dias em que é um tantinho mais insuportável viver sem você, todos os outros dias são, mas hoje, é mais complicado. Imagino nossas vidas, sendo nossas, você sendo meu e eu sendo tua, e em o quanto eu me sentiria a mais feliz das pessoas felizes, em te ver acordar com o cabelo assanhado já em direção do teu violão, porque um acorde soou nessa tua cabecinha aluada. E te ouvir transformando sentimentos em sons, me deixaria completa para sempre, pois é assim, teus movimentos regem os meus, e sem querer eu me mexo porque você se mexe. E me dá saudade, uma saudade do que não foi, e essa é sim, a pior delas...

É isso, é assim, é desse jeito que te amar pra sempre me deixa... Me deixa, então, sentindo tudo isso! Amanhã vai ser menos difícil, e eu vou quase suportar minha vida sem você.

(Rafaella Rocha)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Eu quero a cura... (?)



E aí, que agora eu vou fugir de você, se antes eu te caçava como uma maluca, farei o contrário, fugirei tanto e quanto for possível, porque antes eu sabia o motivo de você não me querer, e agora não quero correr o risco de descobrir que você não me quer, por não querer mesmo. Eu não suportaria saber que era tudo mentira, que tudo o que eu sempre esperei, era mais do que farsa, era ilusão.

Não sei se vou me acostumar com tudo isso, na verdade, eu não sei o que fazer, pensar, querer, não sei de nada, só sei do medo, desse medo lancinante que debocha de mim, que gargalhando me canta a lista das razões que justificariam o teu não querer, o teu não amar. Desconfio que nem Deus saiba como me sinto, de tão infinita que é minha agonia, a ponto de fazer de mim a pessoa mais digna de pena desse amontoado de gente que ama. Olha pra mim, me leia, me veja, e pergunte: O que leva uma pessoa a ser assim tão ridícula? O que leva uma pessoa a escrever tudo e tanto sobre mim? Rafaella, você não vê que não significa nada?

É paradoxal te amar tanto assim! Eu não quero mais, juro! Meu sonho é um dia acordar boa, curada, sã, acordar livre de você. Quero sair daqui, quero parar de te olhar e querer sumir por não te ter, porra! Isso é humilhante, é vergonhoso, quiçá doentio. Você é o câncer da minha alma! E eu não quero morrer de você... Meu maior e mais delicioso vício, minha prazerosa desgraça, meu mais lindo pesadelo. E hoje por estar temendo tanto, é assim que te defino, resolvi não te pintar perfeito como sempre, hoje eu vou te xingar, vou falar mal de você, e vou querer que você se dane. Mas, que me perdoe por isso!

Me consome a angústia de te imaginar cheio de si, levando na mão direita um copo que se encherá mil vezes de whisky durante a noite, a noite que será tua mais nova amiga querida; me consome o fato de praticamente poder repetir na cabeça de forma exata os movimentos que você fará. Porque eu te conheço, eu sei todos os teus lados, sei tuas artimanhas, sei do teu ingênuo veneno, sei do teu charme conscientemente inocente. Alguém vai virar e reparar nisso, assim como reparei, e alguém vai te levar pra casa, alguém vai te deixar maluco, alguém vai preencher o vazio que eu sei que você sente agora, um alguém, uns alguéns, sei que vão, eu sei disso, e isso me mata devagarzinho.

Isso é o inferno! Você é o meu inferno particular... E agora, só agora, eu poderia facilmente amaldiçoar com todas as minhas forças o instante em que meus olhos te viram, amaldiçoaria o instante em que me tornei a mais repugnante das apaixonadas. Eu sei que não foi sua culpa, você não pediu para que eu encaixotasse meu coração e colocasse aos teus pés, e nem eu quis, acredite, em um milésimo de segundo, eu simplesmente deixei de ter controle sobre mim, e desde então, é você, só você. Porra de maior amor do mundo! Não quero isso aqui, não quero mais isso dentro de mim, não quero mais... EU QUERO A CURA, eu quero ficar boa, eu quero não querer morrer toda vez que te vejo, eu quero não passar mais uma noite em claro pensando que teu violão tocará para outra pessoa, eu quero é não querer mais nada, saca? NADA...

Amém...

(Rafaella Rocha)

Catar...


Demorei a dormir, caminhei quilômetros entres os cantos da minha cama, queimei lenta e dolorosamente entre meus lençóis, o travesseiro ficou geladinho por causa das lágrimas que insistiam em cair sem parar dos meus olhos, contei cada estrela do meu teto, depois contei de novo para ter certeza, e depois fingi encontrar figuras formadas por elas, e em tudo, você.

As paredes pareciam se estreitar, como numa metáfora daquilo que sinto, se moviam, me espremendo e fazendo minha claustrofobia berrar a plenos pulmões, me faltava o ar, me faltava você. Minha garganta doía, não era mais um nó, parecia uma cerca de arame farpado, que me fazia gemer de dor ao engolir cada palavra a ser dita, ou pretendida. Sentia espamos frios que se iniciavam no coração, passavam e machucavam toda e qualquer parte minha, até chegar na minha mão, na ponta dos meus dedos, e aí, o que antes doía aqui dentro, dói tanto aqui fora.

Eu não aguento mais ser assim, não quero mais ser assim, não quero mais espiar minha lucidez se esconder nos cantos escuros do meu quarto, e caçar-la zombando de mim, gritando o tempo inteiro que eu nunca serei capaz de pegar-la, pois é você quem dá força para ela continuar fugindo loucamente de mim. Divido o corpo com mais alguém, divido o corpo com o você que também sou eu, aliás, no eu que me tornei você, e você é insuportável dentro de mim. É de forma perfeita e irritante, o maior dos meus inimigos, eu sou você, e como não me destruir ao tentar te destruir aqui? Sai, por favor, sai sozinho, pode sair com pena, pode sair com o que quiser, leve o que quiser, mas me deixe aqui em mim, não me leve, só saia.

Agora ao acordar, ou despertar, sei lá, nem sei se dormi de verdade, fixo os olhos no teto, ou nas paredes, e pisco uma mínima quantidade de vezes, o que me faz parecer em transe, e no pensamento, momentos, meus, seus, nossos, ou imaginários. É utópico demais sentir algo assim! Por sinal, gostaria de mandar os poetas antigos com todos aqueles amores impossíveis, para o inferno, preciso culpar alguém por ter escrito sobre eles, e assim, eu poderia conviver achando que padeço de um mal qualquer, não de um amor irrealizável. E não vou bater na boca por dizer que preferia estar doente, do que te amar, não vou, não mesmo!

E eis que me pego culpada por comparar-te a alguma coisa ruim, me sinto demasiadamente mal por te macular mesmo que em pensamento, um anjo caído, capaz de transformar meu mundo em um globo de vidro que precisa do seu chacoalhar para ter um pouco de vida. Mas não brinque muito, na verdade, tenha um pouco de cuidado com isso que está nas tuas mãos... É quando sinto-me escorregando por teus dedos indiferentes, e ao ir caindo, posso te ver dar as costas e sair andando em teu jeans perfeito, com tua camisa perfeita, com teu sorriso "nem aí" perfeito...

É, mais uma vez eu vou ter que me catar!




(Rafaella Rocha)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pra sempre... em mim!







Hoje eu vim dizer o quanto me sinto ridícula, sinto não, o quão ridícula sou de fato, ou pelo menos o quanto ter essa devoção velada e esse amor explícito, fazem de mim a mais ridícula das criaturas de qualquer mundo, de qualquer parte deste universo e de qualquer outro. Vim para deixar parte dessa ridiculez, para arrancar de mim, um pouco disso tudo, e deixar aqui quantidade que seja, na intenção estúpida de ser menos patética. Talvez isso me faça ainda mais ridícula, já que existe diferença entre ser e admitir que é, mas pela minha sanidade, ou pelo fantasma que vejo dela, preciso desabafar, preciso colocar em algum lugar tudo o que sinto.

Sabe, queria te imprimir a minha alma, numa última tentativa de te fazer entender, como é difícil existir sem você, aliás, que você entendesse de uma vez por todas e cada, como é violento nós dois existirmos separadamente. No dia em que te conheci, naquele fatídico dia, minha alma cochichou em meu ouvido e me disse que mais uma vez eu tinha te encontrado. Desde outros momentos mesmo quando eu não era o eu agora, eu já era o eu que te amava, desde o início da minha jornada, não só como Rafaella, mas como parte integrante e teimosa deste mundo já do princípio.

O trágico disto tudo, é que você sempre foi e sempre será, meu amor eterno, já amei e amarei de novo, mas não importa o que te liberte dos nós da vida, não será em mim que tua alma se prenderá, você veio para ser livre, e preso ficou, ficou por muito tempo assim. Curioso! Livre também sou, tenho medo de ser "presa", pega, limitada, mas por ti, me curvaria prazerosamente aos teus laços, e os amarraria em cada pedacinho do meu eu. E no desenrolar dos atos e fatos, não era alguém que te separava de mim, era simplesmente o não-amor, e não importaria quantas vezes eu tentasse me fazer amável, você nunca me amaria, e isso, isso eu preciso aceitar, isso eu preciso gravar na mesma impressão d'alma que te queria fazer ler.

Era massacrante não te ter, mas ciente de tudo que te impedia de sermos nós, um eu e você sonhado, me conformei. Devastador, realmente será entender, que não importa nada nem ninguém no mundo, ainda assim, não te terei para mim, e não tua serei. Essa é a segunda parte do tormento que é te amar, a de te amar livre, de te amar desse novo jeito, e ainda assim, sem nenhum caminho que te traga pra mim... E isso vai doer, vai e muito, tanto ou mais do que sempre...

"But for now, let me say... Without hope or agenda... To me, you are perfect... And my wasted heart will love you..." Forever!


Rafaella Rocha.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Longe...




Ele sempre esteve ali por Ela... Ela sempre esteve ali por Ele... O problema é que o sempre dos dois, sempre foi diferente. Ele e suas promessas, Ela e seus medos, os dois, ali, perdidos em uma história sonhada, uma história desejada, querida e esperada, que de tanto se esperar, se venceu, se acabou, se foi!

O que se faz com um amor não vivido? Como sufocar, esquecer, parar de sentir, um amor que não se foi, não se é, e não se será mais? São perguntas que ninguém conseguirá responder, e continuarão se repetindo incansávelmente na sua cabeça, te levarão para um determinado grau de loucura sentimental, e te farão questionar ainda mais, e em um eterno ciclo vicioso, quanto mais dúvidas surgirem, mais medo você terá. E aí, pronto, a história de um amor não vivido, pode te impedir de viver outros tantos amores. Dor de amor não vivido, essa dói, essa dói mesmo, acho até que mais do que as outras dores de amores.

Aquele nó na garganta tão incômodo, se estende, vira nó no coração, vira nó na alma... Ela, Ele, vocês estão perdidos! Perdidos no meio de páginas arrancadas de uma história que não existe, não mais, não nunca, te lembrando todos os instantes que o problema foi o teu pra sempre, ou pra sempre dele, os sempres que nunca se combinaram, os pra sempre que nunca foram sempre. A única verdade absoluta é que o único sempre que ligará vocês dois, é o pra sempre não vivido, e o mais amado deles.

Ele dizia: Ela é a mulher da minha vida! - e Ela insistia em perguntar: Tem certeza? Tem certeza mesmo, que eu, assim, cheia de defeitos, falhas e medos, sou a mulher que você quer? - tanto dito, tanto jurado, tanto prometido, Ela confiou, desconfiando, claro, mas acreditou, e aí que não, Ela não era a mulher da vida dele, Ela não é a mulher da vida de ninguém, nem dela mesmo.

O telefone não vai mais tocar de madrugada, Ele não vai mais beber e ligar para Ela, Ela não vai mais atender desorientada de sono para ouvir mais uma declaração de amor dele, não vai mais ouvir aquela música que é deles desde que se conheceram, na verdade, nenhuma das músicas deles, foram muitos anos de não-história, de não-amor, de não-relacionamento. Ele não vai mais chamar-la para sair, e Ela não vai mais tentar fugir, não vai mais ter medo de se entregar e viver o tal maior amor do mundo.

E foi assim, que Ele e Ela, que sempre foram, eram e seriam Eles, se tornaram apenas ele e ela, em um mundo cheio de eles e elas iguais, não tem mais a promessa de grande história, de grande amor, não tem mais promessa nenhuma, além da de ir cada um pro seu lado, e que o lado de cada um, seja bem longe do lado do outro.

(RafaElla Rocha)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Por nada não...


Alguns dias eu consigo não me encolher toda na cama, me ocupo bem muito e bastante, para não te barrar um pouco dos meus pensamentos. E é um alívio não querer sair correndo pra bem longe por não estar enlouquecendo por sua causa, aí é quando eu quero comemorar, e a primeira pessoa para quem eu quero contar que estou feliz, é você, e tudo volta, às vezes forte demais para que eu consiga suportar, outras vezes de um jeito absurdamente doloroso, mas que quer me deixar em pé e me torturar um pouco mais.


Estavámos separados e de certa forma juntos, quando eu estupidamente, joguei tudo no chão,  rapidamente você usou meu erro, para se libertar de mim e fazer o que queria, sem perder o lance de cara bacana, aquele velho "migué" do bom moço. Se foi tudo pensado ou não, também já não interessa, o que de fato me impressionou foi a rapidez dos teus movimentos e a velocidade com a qual você correu pra longe de mim e para perto de qualquer abraço, abalando meu mundo com tudo junto, coisas que até hoje, não consegui consertar.


Se é para destruir tudo, vou te destruir também, vou te ver como de veras você é, e se isso não for ruim, tem nada não, eu te estrago dentro de mim. Aquele velho dom de destruir tudo, deve servir para isso também! E é o que farei, de hoje em diante, quando esse loop de pensamentos em você dos infernos começar ou recomeçar, ou sei lá o quê, vou pensar no nada que ficou, no nada que continuará, e fixarei como o nada que fomos para você.


Mas sim, o porquê de tudo isso? Por NADA não...


(Rafaella Rocha)

domingo, 1 de maio de 2011

E chove...




Sinto-me assim sempre cinza, sempre nublada, sempre chuvosa, sempre dolorosa, sempre sofrida e sempre agoniada. Trago no peito, um coração sem coração, um coração que desde sempre me maltrata, e que vai me maltratar pra sempre. Não sei por que me sinto assim, como me sinto, não sei por que sinto tanto, e não sei muito menos por que sinto tudo.


Usar um guarda-chuva colorido, não muda o fato de que continua chovendo fortemente e de forma destruidora aqui dentro de mim. Não importa o quanto eu disfarce, o quando eu esconda, o quanto eu sufoque, essa tempestade não cessa, e meus sorrisos já não silenciam meus trovões. Caminho sozinha, porque me parece menos cruel e estúpido, somente eu mesma, e às vezes nem eu mesma, consigo suportar minha própria companhia.


Sinto-me coberta de espinhos, qualquer proximidade comigo, machuca. Sem querer, eu machuco as pessoas que se aproximam de mim, e de tanto ver isso acontecendo, passei a afastar-las literalmente. E é difícil convencer-las de que o melhor lugar do mundo, é justamente aquele em que eu não estou. Quando vejo que finalmente acreditaram nisso, penso que estava certa ao pensar que eu não valia tanto a pena assim, e em um ciclo de certezas e dúvidas, vou me consumindo.


Nos ombros, o peso do mundo, o peso do meu mundo, o da minha angústia inexplicada, injustificada e incompreendida, as lágrimas incomodam minha visão, sinto essa tal dor física, meus joelhos já não aguentam, minha coluna não suporta e a minha alma assim, clama por um fim. Existe morfina para a alma?






(Rafaella Rocha)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Destrato, destraço e destruo destinos...




Hoje eu vim me desculpar, vim pedir perdão por todo mal que te causei, por toda inquietação que provoquei e por toda as mágoas que te trouxe. Eu sou a garota errada para um cara como você, sou complicada e falha, sou egoísta e egocêntrica, e tenho o terrível vício de sair quebrando sonhos. Eu destrato, destraço e destruo destinos. Tenho uma vasta coleção de arrependimentos, de todos os tipos, de todos os tamanhos, e eu sempre consigo, querendo ou sem querer, aumentar essa coleção.

Com você foi diferente, tanto tentei não errar, não decepcionar, não machucar, que o fiz. De todas as razões que você tinha para me amar, hoje sei que são as mesmas que te fazem me odiar, e acredite quando eu digo que sinto muito. Eu queria ter conseguido, sabe? Por uma só vez na vida, eu queria ter conseguido não arruinar tudo o que eu tinha de bom, tudo o que na verdade, você me dava de bom.

Hoje me pego desequilibrando, como quem ainda não se acostumou a andar sem as rodinhas da bicicleta, ou de ter alguém segurando e guiando teus caminhos, e vivo me quebrando no chão. Eu te afastei, eu te fiz ver que o melhor lugar do mundo, era justamente o que te deixava mais longe de mim. Mas sinto sua falta, sinto que mais uma vez joguei fora, uma grande chance de ser feliz. E acredite em mim quando eu digo, que doeu e dói, muito mais em mim.

Tentei me convencer de que a minha atitude de abrir mão do que vivíamos, tinha sido a melhor coisa que eu poderia fazer por você. Mas como pode isso ser certo, se incomoda tanto, se faz tanta falta e me deixa assim, com tanta raiva de mim?

Eu andava bem conformada com o fato de ser assim, e não ligava muito para as coisas que não davam certo, só que pela primeira vez, eu quis ser diferente, eu queria ser exatamente o tipo de mulher que você merecia. E fico extremamente frustrada, por continuar sendo a mulher menos merecedora de você. E isso é massacrante!

Sinto sua falta todos os dias! E confesso que desenvolvi um sério problema com seu sotaque. Escutar músicas que faziam parte da nossa trilha sonora, é como uma passagem direta ao passado, que me faz reviver cada gole de vinho e cada carinho. Sinto falta do jeito que você me olhava, ninguém tinha me olhado daquele jeito, e saber que nunca mais serei olhada daquela forma, é um castigo mais do que merecido pra alguém assim como eu. Ah, e que saudade dos acordes do teu violão, de sentar do teu lado e ser a pessoa mais feliz do mundo, por te ouvir cantar pra mim. Você me apresentou mil coisas que não tem preço e são insuperáveis.

Lembro de não querer abrir a porta ao sair do nosso mundo, pois tinha a superstição de que só você abrindo, eu poderia voltar. Olhar para a maçaneta e levantar os braços como se fosse muito arriscado abrir e não mais voltar, e eu nunca quis não mais voltar. Tanto não quis, tanta coisa, que foi justamente o que consegui.

Mas hoje eu tinha vindo aqui pra te pedir perdão, e é isso... Perdão! Perdoe-me por não ser a mulher que você merece, e saiba mais do que antes, lamento por eu ser eu, de coração, de todo meu coração, lamento por ser assim, não merecedora de você.

(Rafaella Rocha)


P.S: Ao som de Mr. Cash, Kings of Leon, Brandon Flowers, Pearl Jam, U2, Keane... e outros sons nossos.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Na próxima...





Eu sei, você e eu, não seremos nós, você não será meu, embora eu pra sempre seja sua, disso tudo, eu sei. A esperança que antes morava em mim, disse que iria se mudar, e que jamais voltaria a residir aqui dentro, devolveu as chaves e partiu com tudo. Enconstei a cabeça na parede, e a vi saindo, levando toda a luz daquele quarto, enxuguei as lágrimas e me contive para não implorar para que ela voltasse. Antes de partir ela disse que estava me deixando, porque seria melhor assim, seria melhor ela ir embora, e permitir que eu finalmente não tivesse mais a esperança de te ter nessa vida. E assim, a esperança de um dia sermos nós, se foi.

Me pego querendo que essa vida acabe logo, para que eu possa te encontrar na próxima, para eu saber exatamente que é você, tudo o que procurei desde sempre, e ir ao teu encontro. Quero te encontrar desde o começo, quero poder acompanhar tudo em você, quero ver o desenvolver de cada mania, quero ver você caindo e conseguindo as cicatrizes que um dia serão o teu charme, quero ouvir teus primeiros acordes, eu quero estar do seu lado, desde sempre.

É quando eu percebo que por mais que a esperança tenha ido embora, meu amor sempre trará um pouquinho de esperança, sim. Mesmo que eu não tenha mais esperança alguma, ainda assim terei toda a esperança do mundo, porque eu te amo e sempre vou esperar por você. Mais que amor, é destino, é maldição, é tudo.

Teu destino te levará para outros caminhos, outros abraços, outros beijos, e eu vou tentando me conformar que ainda não foi dessa vez que viveremos o maior amor do mundo... Mas um dia, em uma vida, em um tempo, em um mundo, ainda seremos eu e você, ainda seremos nós, ainda seremos o nosso destino.

(Rafaella Rocha)