segunda-feira, 13 de abril de 2009

Eu me tranco...



Sabe o que é?! Eu... bem, eu me tranco. Como assim?! Bom, eu vivo tampando minha boca, para que dela não saia nada, nadica de nada. Acho que o dia em que eu gritar, deixarei o mundo inteiro absorto e surdo, pois sei que o que trago aqui trancado com essas mil chaves, são meus mais sinceros e maiores sentimentos. Vejo quem consegue se abrir, ser claro como água, e que sara tão rápido que nem parece que um dia esteve ferido, sim, hei de admitir que sinto uma breve inveja. Breve, sim, pq em minha concepção, sentimento de verdade, machuca muito, nos deixa temporariamente insanos, e no final das contas não sinto tanta inveja assim de quem não se entrega de forma inteira pro amor ou pra dor.

Confesso que gostaria muito de ter a coragem que os bravos tem, coragem pra chegar naquela pessoa e dizer tudo o que ela merece ouvir. Chegar e dizer:- Ó, não me acho lá muita coisa, mas eu sou uma pessoa tão bacana. Sem contar que eu te amo de verdade, não te amo como todo mundo ama, pelo contrário, meu amor por ti não é igual a nada, de tão maior que é. Então, se você nos der uma chance, ótimo. Caso não quiser dar, beleza! Vou nessa, e não vou mais olhar para trás, viu? -E sair totalmente poderosa, com a certeza de que disse o que queria e de que farei o que disse que faria.

Mas, não, isso eu não faço, eu me calo. Na verdade não me calo, apenas tranco essas milhões de vozes histéricas aqui dentro de mim, e me assusto com a potência dos meus gritos internos quando o assunto é você. Que destino cruel escolhi para mim, na prateleira haviam algumas propostas bem coloridas e brilhantes, mas olhei pro fundo e vi aquele lá, meio esquecido, meio escuro e atraente. - Eu e esse meu gosto meio doido, por coisas diferentes e misteriosas! - Lamento em voz alta, ou terá sido baixa? Nem sei mais em que volume grito, ou em que silêncio me calo.
Sei que até sou muito falante, até me expresso bem, mas tranco metade do que sinto. E eu não sei por qual razão o faço, não sei se é por vergonha, ou por medo de que todos saiam correndo ao saber que sinto tanta coisa. E quando eu digo todos, me refiro muito á você, sim, tenho medo que me aches muito louca ou no mínimo uma psicopata alucinada por ti. E só pra esclarecer, não, eu não sou nada disso. Sou apenas alguém que te ama, não esconde, mas não mostra tanto. Deveria?! Não sei, meu medo de sentir é quase tão grande com o medo de ser rejeitada. Assim, na minha cabeça rejeitar um amor como esse meu, seria tua maior burrice, seria sim. Mas, correr o risco de você pensar o contrário, me tranca, me pára, me estanca.
Ando sufocada, essas correntes em minha garganta me impedindo de falar, me impedem também de respirar, e hoje acordei sem ar. Queria que você me desse ao menos uma pista, uma dica, qualquer coisa. Enquanto me tranco pra não gritar, penso que você se tranca para se esconder. O que temes? É de mim que tens medo? Seria bom, pra variar ter alguma resposta tua, sabe? Agora além de meus gritos e medos, trancarei esse punhado de interrogações. Se um dia você mudar de ideia, fale, mas fale esse tanto que sei que guardas aí dentro, tuas palavras sem dúvidas destrancarão as minhas.
Enfim, é sempre assim, eu me calando pra não te fazer correr, e você se calando e me fazendo sofrer...
[Rafaella Rocha]
P.S: Odeio quando o blog dana e desorganiza meu texto todo... ¬¬

Um comentário:

Anônimo disse...

MUIITO BOM isso aqui .