quinta-feira, 7 de julho de 2011

Eu quero a cura... (?)



E aí, que agora eu vou fugir de você, se antes eu te caçava como uma maluca, farei o contrário, fugirei tanto e quanto for possível, porque antes eu sabia o motivo de você não me querer, e agora não quero correr o risco de descobrir que você não me quer, por não querer mesmo. Eu não suportaria saber que era tudo mentira, que tudo o que eu sempre esperei, era mais do que farsa, era ilusão.

Não sei se vou me acostumar com tudo isso, na verdade, eu não sei o que fazer, pensar, querer, não sei de nada, só sei do medo, desse medo lancinante que debocha de mim, que gargalhando me canta a lista das razões que justificariam o teu não querer, o teu não amar. Desconfio que nem Deus saiba como me sinto, de tão infinita que é minha agonia, a ponto de fazer de mim a pessoa mais digna de pena desse amontoado de gente que ama. Olha pra mim, me leia, me veja, e pergunte: O que leva uma pessoa a ser assim tão ridícula? O que leva uma pessoa a escrever tudo e tanto sobre mim? Rafaella, você não vê que não significa nada?

É paradoxal te amar tanto assim! Eu não quero mais, juro! Meu sonho é um dia acordar boa, curada, sã, acordar livre de você. Quero sair daqui, quero parar de te olhar e querer sumir por não te ter, porra! Isso é humilhante, é vergonhoso, quiçá doentio. Você é o câncer da minha alma! E eu não quero morrer de você... Meu maior e mais delicioso vício, minha prazerosa desgraça, meu mais lindo pesadelo. E hoje por estar temendo tanto, é assim que te defino, resolvi não te pintar perfeito como sempre, hoje eu vou te xingar, vou falar mal de você, e vou querer que você se dane. Mas, que me perdoe por isso!

Me consome a angústia de te imaginar cheio de si, levando na mão direita um copo que se encherá mil vezes de whisky durante a noite, a noite que será tua mais nova amiga querida; me consome o fato de praticamente poder repetir na cabeça de forma exata os movimentos que você fará. Porque eu te conheço, eu sei todos os teus lados, sei tuas artimanhas, sei do teu ingênuo veneno, sei do teu charme conscientemente inocente. Alguém vai virar e reparar nisso, assim como reparei, e alguém vai te levar pra casa, alguém vai te deixar maluco, alguém vai preencher o vazio que eu sei que você sente agora, um alguém, uns alguéns, sei que vão, eu sei disso, e isso me mata devagarzinho.

Isso é o inferno! Você é o meu inferno particular... E agora, só agora, eu poderia facilmente amaldiçoar com todas as minhas forças o instante em que meus olhos te viram, amaldiçoaria o instante em que me tornei a mais repugnante das apaixonadas. Eu sei que não foi sua culpa, você não pediu para que eu encaixotasse meu coração e colocasse aos teus pés, e nem eu quis, acredite, em um milésimo de segundo, eu simplesmente deixei de ter controle sobre mim, e desde então, é você, só você. Porra de maior amor do mundo! Não quero isso aqui, não quero mais isso dentro de mim, não quero mais... EU QUERO A CURA, eu quero ficar boa, eu quero não querer morrer toda vez que te vejo, eu quero não passar mais uma noite em claro pensando que teu violão tocará para outra pessoa, eu quero é não querer mais nada, saca? NADA...

Amém...

(Rafaella Rocha)

Catar...


Demorei a dormir, caminhei quilômetros entres os cantos da minha cama, queimei lenta e dolorosamente entre meus lençóis, o travesseiro ficou geladinho por causa das lágrimas que insistiam em cair sem parar dos meus olhos, contei cada estrela do meu teto, depois contei de novo para ter certeza, e depois fingi encontrar figuras formadas por elas, e em tudo, você.

As paredes pareciam se estreitar, como numa metáfora daquilo que sinto, se moviam, me espremendo e fazendo minha claustrofobia berrar a plenos pulmões, me faltava o ar, me faltava você. Minha garganta doía, não era mais um nó, parecia uma cerca de arame farpado, que me fazia gemer de dor ao engolir cada palavra a ser dita, ou pretendida. Sentia espamos frios que se iniciavam no coração, passavam e machucavam toda e qualquer parte minha, até chegar na minha mão, na ponta dos meus dedos, e aí, o que antes doía aqui dentro, dói tanto aqui fora.

Eu não aguento mais ser assim, não quero mais ser assim, não quero mais espiar minha lucidez se esconder nos cantos escuros do meu quarto, e caçar-la zombando de mim, gritando o tempo inteiro que eu nunca serei capaz de pegar-la, pois é você quem dá força para ela continuar fugindo loucamente de mim. Divido o corpo com mais alguém, divido o corpo com o você que também sou eu, aliás, no eu que me tornei você, e você é insuportável dentro de mim. É de forma perfeita e irritante, o maior dos meus inimigos, eu sou você, e como não me destruir ao tentar te destruir aqui? Sai, por favor, sai sozinho, pode sair com pena, pode sair com o que quiser, leve o que quiser, mas me deixe aqui em mim, não me leve, só saia.

Agora ao acordar, ou despertar, sei lá, nem sei se dormi de verdade, fixo os olhos no teto, ou nas paredes, e pisco uma mínima quantidade de vezes, o que me faz parecer em transe, e no pensamento, momentos, meus, seus, nossos, ou imaginários. É utópico demais sentir algo assim! Por sinal, gostaria de mandar os poetas antigos com todos aqueles amores impossíveis, para o inferno, preciso culpar alguém por ter escrito sobre eles, e assim, eu poderia conviver achando que padeço de um mal qualquer, não de um amor irrealizável. E não vou bater na boca por dizer que preferia estar doente, do que te amar, não vou, não mesmo!

E eis que me pego culpada por comparar-te a alguma coisa ruim, me sinto demasiadamente mal por te macular mesmo que em pensamento, um anjo caído, capaz de transformar meu mundo em um globo de vidro que precisa do seu chacoalhar para ter um pouco de vida. Mas não brinque muito, na verdade, tenha um pouco de cuidado com isso que está nas tuas mãos... É quando sinto-me escorregando por teus dedos indiferentes, e ao ir caindo, posso te ver dar as costas e sair andando em teu jeans perfeito, com tua camisa perfeita, com teu sorriso "nem aí" perfeito...

É, mais uma vez eu vou ter que me catar!




(Rafaella Rocha)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pra sempre... em mim!







Hoje eu vim dizer o quanto me sinto ridícula, sinto não, o quão ridícula sou de fato, ou pelo menos o quanto ter essa devoção velada e esse amor explícito, fazem de mim a mais ridícula das criaturas de qualquer mundo, de qualquer parte deste universo e de qualquer outro. Vim para deixar parte dessa ridiculez, para arrancar de mim, um pouco disso tudo, e deixar aqui quantidade que seja, na intenção estúpida de ser menos patética. Talvez isso me faça ainda mais ridícula, já que existe diferença entre ser e admitir que é, mas pela minha sanidade, ou pelo fantasma que vejo dela, preciso desabafar, preciso colocar em algum lugar tudo o que sinto.

Sabe, queria te imprimir a minha alma, numa última tentativa de te fazer entender, como é difícil existir sem você, aliás, que você entendesse de uma vez por todas e cada, como é violento nós dois existirmos separadamente. No dia em que te conheci, naquele fatídico dia, minha alma cochichou em meu ouvido e me disse que mais uma vez eu tinha te encontrado. Desde outros momentos mesmo quando eu não era o eu agora, eu já era o eu que te amava, desde o início da minha jornada, não só como Rafaella, mas como parte integrante e teimosa deste mundo já do princípio.

O trágico disto tudo, é que você sempre foi e sempre será, meu amor eterno, já amei e amarei de novo, mas não importa o que te liberte dos nós da vida, não será em mim que tua alma se prenderá, você veio para ser livre, e preso ficou, ficou por muito tempo assim. Curioso! Livre também sou, tenho medo de ser "presa", pega, limitada, mas por ti, me curvaria prazerosamente aos teus laços, e os amarraria em cada pedacinho do meu eu. E no desenrolar dos atos e fatos, não era alguém que te separava de mim, era simplesmente o não-amor, e não importaria quantas vezes eu tentasse me fazer amável, você nunca me amaria, e isso, isso eu preciso aceitar, isso eu preciso gravar na mesma impressão d'alma que te queria fazer ler.

Era massacrante não te ter, mas ciente de tudo que te impedia de sermos nós, um eu e você sonhado, me conformei. Devastador, realmente será entender, que não importa nada nem ninguém no mundo, ainda assim, não te terei para mim, e não tua serei. Essa é a segunda parte do tormento que é te amar, a de te amar livre, de te amar desse novo jeito, e ainda assim, sem nenhum caminho que te traga pra mim... E isso vai doer, vai e muito, tanto ou mais do que sempre...

"But for now, let me say... Without hope or agenda... To me, you are perfect... And my wasted heart will love you..." Forever!


Rafaella Rocha.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Longe...




Ele sempre esteve ali por Ela... Ela sempre esteve ali por Ele... O problema é que o sempre dos dois, sempre foi diferente. Ele e suas promessas, Ela e seus medos, os dois, ali, perdidos em uma história sonhada, uma história desejada, querida e esperada, que de tanto se esperar, se venceu, se acabou, se foi!

O que se faz com um amor não vivido? Como sufocar, esquecer, parar de sentir, um amor que não se foi, não se é, e não se será mais? São perguntas que ninguém conseguirá responder, e continuarão se repetindo incansávelmente na sua cabeça, te levarão para um determinado grau de loucura sentimental, e te farão questionar ainda mais, e em um eterno ciclo vicioso, quanto mais dúvidas surgirem, mais medo você terá. E aí, pronto, a história de um amor não vivido, pode te impedir de viver outros tantos amores. Dor de amor não vivido, essa dói, essa dói mesmo, acho até que mais do que as outras dores de amores.

Aquele nó na garganta tão incômodo, se estende, vira nó no coração, vira nó na alma... Ela, Ele, vocês estão perdidos! Perdidos no meio de páginas arrancadas de uma história que não existe, não mais, não nunca, te lembrando todos os instantes que o problema foi o teu pra sempre, ou pra sempre dele, os sempres que nunca se combinaram, os pra sempre que nunca foram sempre. A única verdade absoluta é que o único sempre que ligará vocês dois, é o pra sempre não vivido, e o mais amado deles.

Ele dizia: Ela é a mulher da minha vida! - e Ela insistia em perguntar: Tem certeza? Tem certeza mesmo, que eu, assim, cheia de defeitos, falhas e medos, sou a mulher que você quer? - tanto dito, tanto jurado, tanto prometido, Ela confiou, desconfiando, claro, mas acreditou, e aí que não, Ela não era a mulher da vida dele, Ela não é a mulher da vida de ninguém, nem dela mesmo.

O telefone não vai mais tocar de madrugada, Ele não vai mais beber e ligar para Ela, Ela não vai mais atender desorientada de sono para ouvir mais uma declaração de amor dele, não vai mais ouvir aquela música que é deles desde que se conheceram, na verdade, nenhuma das músicas deles, foram muitos anos de não-história, de não-amor, de não-relacionamento. Ele não vai mais chamar-la para sair, e Ela não vai mais tentar fugir, não vai mais ter medo de se entregar e viver o tal maior amor do mundo.

E foi assim, que Ele e Ela, que sempre foram, eram e seriam Eles, se tornaram apenas ele e ela, em um mundo cheio de eles e elas iguais, não tem mais a promessa de grande história, de grande amor, não tem mais promessa nenhuma, além da de ir cada um pro seu lado, e que o lado de cada um, seja bem longe do lado do outro.

(RafaElla Rocha)