quarta-feira, 6 de maio de 2009

Obrigada?




Não, eu não consigo evitar esse aperto que me dá no peito, quando vejo uma foto tua. Parece que meu coração cria mãos e se aperta todinho, numa intenção masoquista, de se sangrar. Sei lá, mas você me parece tão possível e tão imediatamente impossível, é estranho. É louco, muito louco isso que brota em mim, pareço transbordar de amor. É, eu transbordo de amor... Mas, o que transborda, cai dentro de mim, e em um ciclo insano, quanto mais transbordo amor, mais eu amo.


Andei esvaziando os cômodos do meu coração, sabe? Pra ver se esse peso sufocante passava, ou pelo menos diminuia. Esvaziei todos, menos um, justamente aquele em que resolvi te guardar. Forcei a porta, bati, implorei, mas você gritava lá de dentro e dizia que não sairia dali nunca. Você e todos seus dentes, se encaixando em uma moldura perfeita de sorriso, rindo de olhos fechados, e quando abertos repletos de malícia por me achar muito burra em pensar que poderia te tirar dali. Meu Deus, ele disse NUNCA! Como é que vou viver com você pra sempre dentro de mim?

É repetitivo, eu sei. Se as pessoas já estão cansadas de me ouvir (e ler, claro) falando teu nome e falando de toda essa magia chata que envolve a nossa história, imagina eu. Eu me canso, sério! Canso de sentir esse amor todo, esse amor grátis, esse amor "nada em troca", e o filho da mãe é intenso, e ao que parece, é mesmo infinito. É, estou realmente ferrada, não era bem assim que eu imaginava viver esse sentimento. Sempre li e vi que amor era algo muito bacana e tal, e até é, mas não desse tipo, esse que eu sinto é como doença sem cura.


Obrigada por me fazer insuportável, e por ter uma vontade infeliz de morrer sempre que lembro que você não estará ao meu lado quando eu acordar. Obrigada por me fazer tão cheia de sentimento, que preciso ser ridícula e escrever, escrever muito, para não enlouquecer. Obrigada por ser o objeto de minha adoração, e motivo de meus gritinhos internos ( e confesso, externos na maioria) toda vez que você fala comigo. Obrigada por ser lindo de doer, e perfeito ao ponto de me tornar tão obstinada em te amar.

Obrigada? Hum, pelo visto meu próximo desabafo será escrito direto do manicômio... Adeus resto de minha sanidade, te vejo correndo para bem longe de mim, me abandonando com essa loucura.


[Rafaella Rocha]

Um comentário:

Jaci Sales disse...

Ainda bem que me livrei desse tipo de amor antes que parasse num manicomio também. E confesso que não gostaria de sentir isso de novo não. No máximo, um amorzinho normal, sem muito desespero. Pode ser menos intenso mas, com certeza, é mais seguro!