sexta-feira, 4 de maio de 2012






Fui mais uma quando pensei que aparecer sem maquiagem, sem orgulho, sem salto, sem barreiras, no meio da madrugada na sua casa, iria te fazer me enxergar de uma vez, e pra sempre.
Fui mais uma quando correspondi ao seu flerte, mesmo sabendo que você não iria voltar pra mim.
Fui mais uma quando não desviei do seu beijo.
Fui mais uma quando aceitei o teu toque.
Fui mais uma quando fechei os olhos e me entreguei.
Fui mais uma quando você me tomou.
Fui mais uma quando depois, não ouvi você me pedir pra ficar.
Fui mais uma quando eu fui a outra, onde eu era a única.
Fui mais uma quando saí da sua casa como se eu tivesse fazendo algo escondido, e era, eu fui mais uma quando te amei escondido, quando aceitei te amar em segredo.
Fui mais uma quando desci as escadas, sabendo que cada degrau descido, eu ficaria mais longe pra sempre de você.
Fui mais uma quando fiquei de ponta de pé para alcançar teu beijo de despedida.
Fui mais uma quando percebi que você olhou para os lados antes de me beijar.
Fui mais uma quando atravessei a rua, e percebi que você me queria indo embora.
Fui mais uma quando olhei para trás e você não me quis de volta.
Fui mais uma quando entrei no carro e você não correu pra me impedir.
Fui mais uma quando pela última vez te olhei, te esperei, te amei, e você não me olhou, não me esperou e não me amou mais.
Fui mais uma quando esperei que sempre houvesse vírgulas entre nós, e nunca um ponto final.
É, eu fui mais uma...


(Rafaella Rocha)

quarta-feira, 28 de março de 2012

Da vontade de ser orgulho, não amor...


Você insiste que essa minha luta pra te ter de volta, é orgulho ferido, é posse, ou coisa de quem nunca perdeu nada, nem ninguém. Você não sabe quantas vezes desejei que você estivesse certo, que eu realmente só estivesse chateada por você não voltar toda vez que eu te chamar. Eu quis, eu juro que quis! Várias vezes te desdenhei, zombei e te amaldiçoei por não me querer mais, pensava que o azar era totalmente seu. Chorei por dias, e tentei me convencer todas as vezes, que eu não tinha perdido nada, e você tinha perdido tudo. Foi quando eu me vi sem nada, porque você levou o meu tudo, na verdade você era o meu tudo, e hoje tudo pra mim é só metade, é como sobreviver sem pele, sem alma, sem nada. E isso dói, é o que vai me levar à loucura.

Não existe sanidade ou equilíbrio na minha vida, sem você. Eu vou andando por aí, mancando e me arrastando, porque emocionalmente eu não estou mais inteira. E é como viver no inferno, é viver de forma vazia e sem graça, ou é como não viver, é como existir, é como tentar escutar algo e ser surda, simplesmente não tem sentido. Assim sou eu, sem você, sou assim sem sentido, sem sentir, sem sentimento.

E eu sempre vou te querer de volta, eu sempre vou querer ser inteira de novo... Mas te amo o suficiente para permitir, mesmo que isso me machuque de formas desconhecidas, que você siga o seu caminho. Vou me calar e torcer para que o seu caminho cruze com o meu de novo, e que dessa vez a gente faça tudo certo, que a gente possa ser o que sempre sonhamos, porque a gente é a gente, nós sempre seremos nós, de uma forma inexplicável, eu sempre vou te amar pra sempre. E eu sempre vou te esperar...



[Rafaella Rocha]